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Alfabetização impulsiona e facilita inclusão no mundo digital

Pela 1ª vez, Inaf traz dados sobre analfabetismo no contexto digital

Alto nível de alfabetização facilita interação no mundo digital

Ter um bom domínio da leitura e da escrita faz diferença também no ambiente online. Pessoas com níveis mais altos de alfabetização têm mais facilidade para realizar tarefas digitais do dia a dia, como fazer compras pela internet, se comunicar por mensagens, preencher formulários e acessar serviços públicos. É o que aponta a nova edição do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgada recentemente, que pela primeira vez incluiu a análise das habilidades digitais dos brasileiros.

O estudo, que mapeia a leitura, escrita e matemática da população, avaliou também a capacidade dos entrevistados de usar tecnologias digitais. Os participantes foram convidados a realizar atividades simples no celular, como comprar um par de tênis a partir de um anúncio em rede social ou se inscrever em um evento por meio de um formulário. Com base nas respostas, foram classificados em níveis baixo, médio ou alto de alfabetização digital.

Os resultados mostram uma relação direta entre o domínio da leitura e escrita e o desempenho online. Entre os que têm alfabetização proficiente, 60% apresentam alto nível de alfabetismo digital. Já entre os que têm alfabetização elementar, a maioria (67%) está no nível médio, enquanto 17% relataram que o digital facilita suas atividades diárias.

Por outro lado, entre os analfabetos funcionais, 95% apresentam baixo desempenho digital, o que indica grande dificuldade de realizar tarefas básicas com o celular ou computador.

Para Esmeralda Macana, coordenadora do Observatório Fundação Itaú, os dados mostram a importância de ampliar a formação digital para garantir acesso igualitário às ferramentas tecnológicas.

Segundo a pesquisa, os jovens estão entre os mais preparados: 38% dos que têm entre 20 e 29 anos atingiram nível alto de alfabetismo digital. Entre os de 15 a 19 anos, o índice é de 31%.

Mesmo assim, o coordenador da área de Educação de Jovens e Adultos da Ação Educativa, Roberto Catelli, alerta que a inclusão digital não pode ser pensada de forma isolada, sem considerar as desigualdades de base.

“As mesmas desigualdades que existem no sistema educacional se reproduzem no mundo digital. Pessoas com baixa escolaridade continuam sendo as que têm mais dificuldade de acesso e uso das tecnologias”, afirma.

* Com informações da Agência Brasil

* Sob supervisão de Enzo Menezes

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas