União Europeia condena sanções de Trump contra europeus acusados de censura

A Casa Branca acusa as cinco personalidades europeias de promoverem “censura” nas big techs por meio da regulamentação de empresas de tecnologia e do combate à desinformação

O ex-comissário francês Thiery Breton é um dos cinco europeus proibidos de entrar nos Estados Unidos.

A União Europeia (UE) condenou as sanções impostas pelo governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ao ex-comissário francês Thierry Breton e a outras personalidades da Europa envolvidas na regulamentação de empresas de tecnologia estadunidenses e no combate à desinformação.

Além de Breton, a lista inclui os ativistas britânicos Imran Ahmed e Clare Melford, além das alemãs Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon.

Os cinco sancionados estão proibidos de entrar nos Estados Unidos, acusados pelo Departamento de Estado de Trump de tentar “coagir” plataformas digitais a censurar conteúdos considerados pela Casa Branca como “opinião”.

Em comunicado formal, a União Europeia solicitou esclarecimentos ao governo estadunidense e afirmou que, se necessário, o bloco tomará medidas para defender sua autonomia contra “medidas injustificadas”. “Nossas normas digitais garantem condições seguras, justas e equitativas para todas as empresas e são aplicadas de forma imparcial e sem discriminação”, diz um trecho da nota.

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Thierry Breton atuou como comissário europeu para o Mercado Interno e participou ativamente da regulamentação digital na Europa. Ele já foi alvo de críticas do dono do X — antigo Twitter —, Elon Musk, que chamou o francês de “tirano da Europa”.

Nas redes sociais, sem citar o nome de Thierry Breton, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que “por muito tempo, ideólogos na Europa lideraram esforços organizados para coagir plataformas estadunidenses a punir pontos de vista com os quais não concordam”. Ele acrescentou que a administração Trump não irá “tolerar” o que chamou de “censura extraterritorial”.

Breton foi descrito pelo Departamento de Estado como “o cérebro” por trás da Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês), legislação que impôs medidas de moderação de conteúdo e regras de proteção de dados às big techs.

O ex-comissário classificou o movimento da administração Trump como uma “caça às bruxas” contra decisões aprovadas por unanimidade entre os Estados-membros da União Europeia.

Também nas redes sociais, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que as medidas constituem “intimidação e coerção contra a soberania digital europeia”.

Já a Alemanha classificou as sanções como “inaceitáveis”, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Espanha argumentou que um espaço “seguro, livre de conteúdo ilícito e de desinformação” é um valor “fundamental para a democracia na Europa”.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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