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Cientistas fazem teletransporte quântico inédito que pode revolucionar computação

Entenda o que é a computação quântica distribuída e as descobertas dos pesquisadores da Universidade de Oxford

Cientistas Dougal Main e Beth Nichol trabalhando no desenvolvimento de um computador quântico distribuído

Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, realizaram um procedimento bem-sucedido em que conectaram computadores quânticos pequenos por meio de teletransporte. O estudo foi publicado na revista Nature em 5 de fevereiro deste ano.

O que os pesquisadores tentam atingir é a Computação Quântica Distribuída, que pode solucionar o problema da ciência que é a dificuldade de construir computadores quânticos grandes.

Os computadores quânticos podem auxiliar a humanidade a resolver problemas que não são possíveis em computadores clássicos e podem revolucionar áreas como criptografia, descoberta de fármacos, ciência dos materiais, inteligência artificial e física fundamental, por exemplo.

A computação quântica distribuída permite que módulos pequenos trabalhem como se fossem um único computador grande e pode ser uma solução para dividir o problema maior em partes menores.

Como funciona a Computação Quântica Distribuída?

Os computadores pequenos são conectados por meio de uma rede que usa fótons, que são as partículas de luz, para compartilhar informações quânticas.

Cada módulo tem uma determinada quantidade de qubits (bits quânticos), as unidades básicas de informação quântica. Dispositivos digitais processam informações com os bits. Os computadores quânticos manipulam estados quânticos da matéria para realizar computação.

Assim, com a utilização dos bits quânticos, acontece um fenômeno chamado “emaranhamento”, que faz com que os qubits fiquem ligados de forma que o estado de um depende do estado do outro, mesmo que estejam distantes.

Com os qubits emaranhados, descobriu-se ser possível realizar operações em diferentes módulos como se fossem um mesmo computador com o uso de teletransporte quântico.

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‘Internet quântica’

O líder do estudo, o físico Dougal Main, contou que a diferença dessa pesquisa é que eles utilizaram o teletransporte quântico para “criar interações entre esses sistemas distantes”, enquanto estudos anteriores se concentraram na “transferência de estados quânticos entre sistemas fisicamente separados”.

“De acordo com os pesquisadores, isso poderia estabelecer as bases para uma futura ‘internet quântica’, onde processadores distantes poderiam formar uma rede ultra-segura para comunicação, computação e sensoriamento”, afirma a Universidade de Oxford.

A instituição declarou que a descobertas dos pesquisadores pode abrir as portas para o desenvolvimento de computadores quânticos escaláveis e de alto desempenho.


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Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.