Ouvindo...

Elon Musk quer que todos paguem para usar o Twitter

Quem não pagar, pode passar a ter acesso limitado ao serviço

Empresário quer estender assinatura a todos os usuários

Depois de anunciar que a autenticação de perfis no Twitter passará a ser paga, como parte do Twitter Blue, Elon Musk pode escolher cobrar mensalidade de todos os usuários da plataforma. Aqueles que optarem por não pagar, não terão mais acesso ilimitado ao serviço. A discussão sobre essa possibilidade teria ocorrido sem participação de funcionários nem formalização.

Esse modelo é usado por muitos sites jornalísticos em todo o mundo — eles oferecem acesso limitado ao conteúdo, em geral com apenas alguns materiais disponíveis gratuitamente. O formato é considerado um dos fortalecedores da desinformação pelo mundo: enquanto o conteúdo mentiroso circula livremente, o verdadeiro fica restrito a assinantes.

Um dos principais motivos para isso é a necessidade de diversificar a receita do Twitter, que, atualmente, é muito dependente de anúncios. O Blue prevê menos exibição de publicidade, o que pode trazer menos dinheiro do que o formato atual — estimativas da newsletter Platformer apontam que o Twitter perderia cerca de US$ 2 por usuário nos EUA em receita de anúncios.

Quando foi lançado em 2021, o Blue buscava oferecer recursos extras para quem lida diariamente com textos, fotos e vídeos na plataforma. Além disso, traria uma nova receita para o serviço, que sempre dependeu de anúncios. Por enquanto, ainda não há previsão para a chegada da assinatura obrigatória, já que a equipe trabalha em outras alterações.

A chegada de Musk, entretanto, tem afastado as marcas — que temem o retorno de perfis supensos por infringir a política de uso da empresa com discursos de ódio, antivacina e anticiência. Isso porque essas companhias não querem ser associadas a essas ações. Quando Musk anunciou a liberação do selo de autenticidade a qualquer assinante, isso se intensificou.

Na sexta-feira (4), General Motors, General Mills e Volkswagen recomendaram pausa nos anúncios na rede social. Dois dias depois, na segunda-feira (7), foi a vez da Gilead Sciences e sua unidade Kite anunciarem que já monitoram o gasto com publicidade no Twitter. O grupo segurador Allianz também vai suspender a publicidade paga na plataforma. Mondelez International e Pfizer também suspenderam publicidade paga na rede social.

Além dos assinantes, celebridades têm deixado o Twitter. Na noite de segunda-feira, a atriz e apresentadora americana Whoopi Goldberg, que tinha 1,6 milhão de seguidores, anunciou sua saída da plataforma. “Estou saindo porque está uma bagunça. Estava cansada de algumas ações que foram coibidas e que agora podem voltar”, disse ela no programa “The View”. “Eu vou embora e se ela [a plataforma] se estabilizar e eu me sentir mais confortável, talvez eu volte.”