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Transferência de pacientes da UTI pediátrica do Hospital João Paulo II para o João XIII preocupa servidores

UTI pediátrica passa por reformas e suspenderá os atendimentos por 60 dias

Hospital João XXIII

A UTI pediátrica do Hospital Infantil João Paulo II, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, suspendeu os atendimentos por 60 dias para uma reforma. A decisão, tomada sem aviso prévio, gerou instabilidade e medo. Dezesseis leitos e toda a equipe foram transferidos para a UTI do Hospital João XXIII, junto com a equipe de pediatria e os pacientes.

A mudança alarmou o Ministério Público e o Tribunal de Contas. Como resposta, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal e a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa farão visitas técnicas entre os dias 25 e 29 de agosto para fiscalizar as obras e investigar possíveis irregularidades.

O presidente da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (Asteng), Carlos Augusto dos Passos Martins, expressou a preocupação da equipe do João XXIII: “já houve impacto quando nós deixamos de ter 6 leitos adultos no maior pronto socorro da América, sendo que a gente tem demanda diária de utilização desses CTIs” afirma.

Carlos Augusto também relatou o receio quanto ao futuro da UTI. “Outra questão que está nos trazendo também uma grande preocupação é que a última vez que a Fhemig fechou um hospital para reforma e falou que abriria dentro de 2 meses, está quase um ano fechado, que é o Hospital Maria Amélia Lins. Primeiro falaram que era para uma reforma e depois reconheceram que o objetivo era desativar o serviço. O nosso medo é que eles venham fazer a mesma coisa, que não seja só esses 60 e que eles mantenham de forma definitiva fechado esses leitos” relata.

A técnica de enfermagem Tainá Aparecida Conceição Souza também manifestou sua preocupação. Ela levou a filha para ser atendida no João Paulo II e teme que a menina precise de internação. “Ela tá com bronquite atacada, não tá conseguindo fazer as fezes, teve que fazer uma lavagem e isso é muito perigoso as crianças pegar alguma infecção de outras pessoas, aqui tudo é tudo mais organizado. Então é muito preocupante”, disse.

Em meio às incertezas, o diretor do Complexo Hospitalar de Urgência da Fhemig, Fabrício Giarola, pede calma tanto dos profissionais de saúde quanto da população. “Nós não estamos fechando nenhum leito de UTI pediátrica no Hospital Infantil João Paulo II. A obra é prevista para terminar no máximo em 60 dias, toda criança vai ser assistida da mesma maneira, como se ela estivesse entrando na CTI do João Paulo II. A equipe é a mesma, a infraestrutura é a mesma, os equipamentos são os mesmos, a população pode ficar tranquila” afirma.

O diretor do Complexo afirma ainda que o funcionamento é da mesma maneira. “São 24 horas de segunda a segunda. A entrada é via hospital infantil João Paulo II, o paciente é atendido e internado lá. Nós temos uma comunicação interna, as nossas crianças serão bem assistidas em todo esse período” relata.

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Giovanna Damião é jornalista da televisão, digital e do rádio. Desde 2020 como social media e redatora na televisão e, mais recentemente, atuando como apresentadora e repórter da editoria de cultura. Com versatilidade no jornalismo, caminha pela música, eventos, esportes e entretenimento.