A Polícia Militar (PM) desmantelou um esquema de tráfico de drogas voltado para usuários de classe média alta em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O principal suspeito, apontado como chefe da operação, mora no condomínio de luxo Bosque da Ribeira e afirmou aos militares que se considera empresário, não traficante, e que as drogas que vendia “não causam problemas à sociedade”.
Militares da Rotam receberam denúncias de que o local estava sendo usado como base para venda de entorpecentes. Após campana, a equipe flagrou o momento em que um motoqueiro recebeu uma entrega. Ao tentar abordá-lo, o suspeito fugiu, abandonando uma porção de haxixe.
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Durante diligências, os policiais localizaram a casa do suspeito Bernardo de Araújo Golveia França Teixeira, de 35 anos, onde foram encontradas mais drogas. No local também foram presos Marcos Joaquim dos Santos Júnior, de 22 anos, e Luís Henrique Pimenta, de 31.
Foram apreendidos sete pacotes grandes de “skank”, uma barra de haxixe, porções de “ice” (uma forma mais potente da maconha), um revólver calibre .357 e um Volkswagen Polo supostamente usado na distribuição das drogas. Segundo a PM, os entorpecentes eram considerados “gourmet” e vendidos a preços altos — até R$ 120 por grama — com pagamentos feitos via Pix ou cartão de crédito.
O sargento Andrade, do Batalhão Rotam, explicou como funcionava a rotina do suspeito:
“Ele morava em um condomínio com duas entradas. Saía por uma para fazer a entrega e retornava por outra. Quando flagramos a entrega para o motoqueiro, tentamos a abordagem, mas ele fugiu. A droga foi abandonada no chão. Após isso, seguimos até a casa, onde ele confirmou que faria a entrega e que havia mais drogas dentro do imóvel.”
Ainda segundo o sargento, o telefone do suspeito tocava o tempo todo com clientes querendo receber a droga. O acusado também afirmou que o “público-alvo” dele seria diferente e que não traria transtornos à polícia:
“Ele disse: ‘Essa droga que comercializo não dá trabalho para vocês. O público é outro’. Como se isso justificasse a prática”, contou o militar. Além de Bernardo, os outros dois detidos seriam cúmplices no esquema, revendendo pequenas quantidades. Nenhum dos suspeitos quis dar entrevista.
A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Plantão da Polícia Civil.