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Onde ainda existem orelhões em MG — e quantos restam no Brasil?

País já teve 1,1 milhão de aparelhos; hoje são 39,3 mil, sendo 508 em funcionamento em Minas

Telefone público na Avenida Francisco Sales, 1455 – Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte

Os telefones públicos quase desapareceram do país. De 1,1 milhão de aparelhos em 2007, restam apenas 39,3 mil espalhados pelo Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) demandados pela reportagem da Itatiaia em setembro. Minas Gerais tem 2,2% desse total, com 871 telefones públicos cadastrados, dos quais 508 ainda funcionam, 331 estão em manutenção e 32 sem status definido.

A retirada dos orelhões ocorreu após a adaptação da concessão da Oi, que deixou de ser obrigada a oferecer telefonia fixa em regime público. Com a mudança, aprovada pela Anatel em 2021, a empresa mantém o serviço de voz apenas em localidades sem alternativa substituta, conforme previsto em acordo válido até 31 de dezembro de 2028.

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A capital mineira integra a lista de extintos, sendo que o último orelhão funcionou até março deste ano. Alguns exemplares são visto em determinados pontos, mas nenhum funciona.

Já em 240 municípios de Minas Gerais ainda há aparelhos em atividade. Patos de Minas (45), Uberaba (44), Uberlândia (38), Pará de Minas (36) e São João del-Rei (32) lideram a lista com as maiores concentrações. Confira abaixo.

Veja os números de telefones públicos no Brasil

Veja o número de orelhões em Minas Gerais

E como usá-los?

Primeiro vieram as fichas e, depois, os cartões telefônicos, comprados em bancas de jornal, padarias ou até nos Correios. Antes da tecnologia do cartão, um avanço para época, quem recorria às fichas tinha que acompanhar colocar uma a cada minuto de conversa.

Cidades que ainda têm telefone público em Minas Gerais

Ligações de graça

Segundo a Anatel, não há mais produção de cartões telefônicos, e os postos de venda são raríssimos. O que pouca gente sabe é que, pela regra da Anatel, quando não houver cartão, os orelhões devem permitir ligações locais e nacionais para telefones fixos de graça, com duração mínima de cinco minutos. No entanto, a chamada ‘sem ficha’ pode ser feita somente para telefones fixos e não funciona para celulares.

Basta discar o número normalmente — o sistema reconhece que não há cartão e libera a chamada sem cobrança.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.