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O Barreiro são muitos: atividades comerciais criam polos importantes em bairros da região

Cardoso, Diamante, Teixeira Dias, Tirol e tantos outros bairros do Barreiro têm um comércio local forte, com oferta variada de produtos e serviços

Cardoso, Diamante, Teixeira Dias, Tirol e tantos outros bairros do Barreiro têm um comércio local forte, com oferta variada de produtos e serviços.

No quarto episódio da série “Barreiro do comércio, da indústria e do agro: 170 anos do maior e mais antigo bairro da cidade de Belo Horizonte”, o retrato de uma região em constante crescimento, especialmente nas últimas duas décadas. O comércio de bairro tem garantido praticidade para os moradores, que encontram o que precisam perto de casa, além de abrir portas para empreendedores de várias partes de Minas Gerais.

No bairro Bom Sucesso, o comerciante Eliseu Paes veio da cidade de Porto Firme, na Zona da Mata, e está no Barreiro há 36 anos. Começou com um botequim e hoje é dono de dois supermercados. “Antes de abrir aqui, não tinha nada. Assim que conseguimos firmar com o mercadinho, o supermercado começou a deslanchar. Aí vieram outros estabelecimentos: farmácia, padaria, açougue”, contou.

Erlanes Lacerda, porteiro de 49 anos e morador do Bom Sucesso desde que nasceu, percebeu o crescimento do comércio local. “Melhorou muito. De dez anos pra cá, principalmente”, afirma.

A tendência do comércio próximo de casa tem se consolidado nacionalmente, e no Barreiro não é diferente. Cada bairro, com sua independência e identidade própria, tem histórias de sucesso. No bairro Milionários, Antônio Caetano de Oliveira, o Toninho, iniciou em 1989, junto ao irmão, um depósito de materiais de construção. “Claro que tem altos e baixos, mas primeiro a gente tem que olhar pra dentro, o que a gente tá fazendo, da porteira pra dentro”, reflete.

Comércio é desenvolvimento social

O comércio local movimenta a economia, gera empregos e oportunidades para os moradores. A economista Gabriela Martins, da Fecomércio-MG, destaca a importância desse setor para o desenvolvimento regional: “É no comércio de bairro que muitas pessoas têm o primeiro emprego. Quem decide empreender muitas vezes começa ali mesmo, na sua própria comunidade, gerando renda e oportunidades locais.”

Com mais gente morando e trabalhando na mesma região, a renda circula ali mesmo. O Barreiro, que cresceu impulsionado pela indústria, hoje se fortalece com o comércio.

O historiador Túlio Gregory observa que, diante da desaceleração industrial, o comércio assumiu papel de destaque. “A Manesmann foi comprada pela Vallourec. Ainda existem algumas atividades, mas mínimas se comparadas a 1953, ano da inauguração da siderúrgica. Esse enfraquecimento industrial fez o comércio se sobressair como principal fonte de renda. Com cerca de 350 mil habitantes, o Barreiro precisa de uma rede comercial ampla para atender sua população”, explica.

José Eustáquio, aposentado, mora há 59 anos no Vale do Jatobá e viu a região se transformar. “Aqui quase não tinha prédio. Eu mesmo ajudei a conseguir vários. Hoje é muito comércio, depósito de construção, muita residência”, conta com orgulho.

Ouça o episódio:

Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia. Cobre as pautas de cidades e geral, com dedicação especial à Central de Trânsito. Antes da rádio de Minas, passou pela Rádio Band News FM e também pela BTN, onde cobriu o trânsito para várias rádios de BH e Brasília.