Ouvindo...

Mãe de homem morto em jogo de futebol desabafa: ‘Tiro era para outro rapaz’

Mike Rodrigues de Oliveira, de 32 anos, foi morto durante uma partida de futebol; autores fugiram

Mike Rodrigues de Oliveira tinha 32 anos e deixa duas filhas

A Itatiaia conversou, na noite deste domingo (17), com Cláudia de Oliveira, mãe de Mike Rodrigues de Oliveira, de 32 anos, morto a tiros nesta manhã, durante uma partida de futebol amador, disputada na Arena Pequiá (Campo do Joselho), na Rodovia de Areias para Pedro Leopoldo, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.

Em meio a dor da perda de um filho, Cláudia mantém uma certeza, compartilhada por outras testemunhas que estiveram no momento do crime: Mike teria sido morto por engano.

“Chegaram dois caras encapuzados e atiraram nele pelas costas. Parece que o tiro era para outro rapaz que parece muito com ele. E como estava todo mundo uniformizado e ainda pegaram meu filho por trás. É isso o que eu sei. Meu filho era muito bom, nunca fez mal para ninguém.

Qualquer briga ele saia de perto, ele não gostava de fofoca. Era trabalhador. Não tem nada que se conte dele. Ele não era de mulherada, tinha a esposa dele. Eles estavam sempre juntos, ela estava com ele lá. E o próprio rapaz que conta-se que era o alvo estava lá, mas o engano e a falta de sorte foi para o meu filho”, desabafou, às lágrimas, a mulher.

Em um vídeo cedido à Itatiaia que mostra momentos após o assassinato, é possível ver pessaos falando que o Mike foi assassinado por engano.

A Polícia Militar realiza diligências para tentar identificar os criminosos, que fugiram do local em um Ford Ka prata. Ainda não se sabe quem cometeu o crime, a motivação e se realmente se tratou de um engano.

Mãe diz não desejar o mal de assassinos e pede fim do ciclo de mortes

Apesar do sofrimento com a morte de Mike, Cláudia de Oliveira afirmou que não deseja o mal dos autores do crime.

“Eu não desejo mal nenhum para as pessoas que fizeram isso com ele. Eu só desejo que elas se entreguem para Jesus e nunca mais matem ninguém, nem quem eles querem e nem ninguém por engano, ninguém. E que não vão atrás desse cara que era o alvo. Não quero nem conhecer quem é, só que ela mude a vida dele, porque a história do meu filho eu não posso mudar”, pediu ela.

Mike deixou duas filhas. Cláudia ainda afirmou não acreditar na justiça dos homens, somente na divina.

“(Eu acredito) Só na de Deus, infelizmente. Muito. Só para confortar a gente. Para te dizer a verdade, quem for agora, como meu filho foi, foi pra melhor. Só que poderia ter sido eu primeiro. Aqui não vale a pena ficar. Meu filho saiu de um lugar muito ruim, aqui não tem nada de bom. Quem for agora depois dele é só alegria. Eu tinha medo de morrer e agora eu não tenho mais. É tanta coisa ruim que a gente vê. É melhor sair daqui e meu filho conseguiu essa liberdade”, desabafou ela.

O crime

No momento do crime, os times Unidos da Vila e Esparta disputavam jogo válido pela Primeira Divisão da Liga de Ribeirão das Neves. Mike, que era atleta do Unidos e estava no banco de reservas, foi surpreendido por dois homens armados com pistolas, que dispararam várias vezes contra ele.

A vítima foi atingida por diversos tiros, principalmente nas costas e nádegas, e morreu no local.

Por não existirem câmeras no campo de futebol, a Polícia Militar (PM) teve que buscar imagens em um clube próximo.

De posse das gravações, foi possível chegar a um Ford Ka prata, que possivelmente foi utilizado no crime, já que entrou no campo de marcha-ré no momento do crime e deixou o local logo depois, em direção à estrada de Areias. Testemunhas confirmaram a situação.

Mike de Oliveira não tinha passagens pela polícia. Em um vídeo gravado por populares logo após a execução, é possível ouvir algumas testemunhas afirmando que o homem foi morto “por engano”.

A esposa do homem, que estava no local, não conseguiu identificar os bandidos, pela distância do local onde ocorreu o assassinato, porém afirmou desconhecer eventuais brigas ou ameaças que pudessem motivar o crime.

A PM informou que segue em busca de mais detalhes que ajudem a chegar nos autores.

Leia também

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.