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Greve dos professores: sindicato critica cortes e diz que ação da PBH pode atingir diretamente os estudantes

Sind-Rede/BH disse que paralisação foi mantida porque não houve avanço na proposta feita pela prefeitura

Professores e trabalhadores da educação de Belo Horizonte estão em greve

A greve dos professores e trabalhadores da rede municipal educação de Belo Horizonte entrou no 26º dia nesta terça-feira (1º). À Itatiaia, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), Carol Pasqualini, disse que a paralisação foi mantida porque não houve nenhum avanço na proposta feita pela prefeitura.

“Pelo contrário, na sexta-feira [28], o prefeito dá uma coletiva de imprensa em que ele endurece, ele diz que não tem mais proposta, ele diz que vai judicializar a greve e efetiva o corte de ponto e, para piorar a questão, toma uma ação que nos parece um tanto quanto problemática”.

Com relação ao corte dos dias não trabalhados, Carol falou que essa decisão afeta muito a categoria.

“Muitos de nós trabalham duas, às vezes até três jornadas. São mães de família, arrimo de família. Então todas essas questões têm um impacto. O corte foi efetivado sobre os dias de paralisação. Tem uma discrepância nesses cortes”.

Ela disse ainda que uma vez feito o corte, o professor pode assumir essa falta e não precisa fazer a reposição.

“A garantia dos 200 dias letivos é do Executivo e não do professor. Uma vez que ele teve o corte, ele não tem que fazer essa reposição. Então essa intransigência do governo pode, sim, acarretar no calendário escolar das crianças e adolescentes da cidade”, explicou a professora.

O corte foi efetivado sobre os dias de paralisação, ainda não entrou sobre os dias de greve, tem uma discrepância nesses cortes, não houve uma regra comum para todas as regionais e a reposição dos dias letivos.

Audiência de conciliação e assembleia

Carol Pasqualini relembrou que nessa quarta-feira (2) a categoria se reunirá na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para discutir sobre a paralisação.

Na quinta-feira (3) haverá uma outra assembleia para avaliar como segue o movimento.

O que diz a Prefeitura de Belo Horizonte

“A Prefeitura de Belo Horizonte lamenta a decisão dos profissionais da Educação de manterem a greve e reforça que está aberta ao diálogo com a categoria. Somente neste ano, já foram realizadas 34 reuniões com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (SindRede) para discutir os mais diversos assuntos.

O reajuste de 2,49% – acordado com todas as demais carreiras do município – corresponde ao índice de inflação medido entre janeiro e abril deste ano, garantindo a recomposição salarial do funcionalismo. Para as negociações do ano que vem, serão levadas em consideração a inflação medida entre maio deste ano e abril de 2026. Isso porque 1º de maio foi adotado, a partir deste ano, como a data-base dos servidores.

Em uma demonstração da importância da categoria para a administração municipal, a PBH ainda propôs a quitação, até o final do ano, de férias-prêmio já calculadas e processadas. E garantiu a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas entre 2017 e 2022, medidas pelo INPC, ao longo dos próximos dois anos.

Entre outras demandas atendidas pela Prefeitura está a nomeação de 376 servidores para os anos iniciais, além de outros professores aprovados em concurso vigente, o que atende a uma demanda da categoria. Para a educação infantil, será encaminhado um projeto de lei visando ampliar o número de professores e reestruturar a carreira.

Também haverá um nível a mais de promoção por escolaridade adicional, o que representa um acréscimo de 5% no vencimento básico.

Professores com um turno de trabalho receberão um auxílio alimentação de R$ 18,75 por dia, benefício que hoje não existe. Para professores que cumprem uma jornada de 8 horas diárias, o valor do benefício passará de pouco mais de R$ 37 para R$ 60 por dia, podendo chegar a até R$ 1.320 por mês.”

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Mineira de Resende Costa, Campo das Vertentes. Jornalista formada pela UFSJ, já trabalhou na Rádio Emboabas de São João del-Rei. Na Itatiaia, é editora do Jornal Itatiaia Primeira Edição e do Jornal da Tarde. Além de repórter, principalmente em Cidades
Alex Araújo é formado em Jornalismo e Relações Públicas pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e tem pós-graduação em Comunicação e Gestão Empresarial pela Universidade Pontifícia Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Já trabalhou em agência de publicidade, assessoria de imprensa, universidade, jornal Hoje em Dia e portal G1, onde permaneceu por quase 15 anos.