A evasão escolar é um dos maiores desafios da educação pública. No Brasil, 8,7 milhões de jovens de 14 a 29 anos não haviam concluído o ensino médio em 2024. Os dados do IBGE mostram uma redução em relação a anos anteriores, mas ainda representam um grande obstáculo.
Presidente da Fundação da Gide (FDG) , instituição sem fins lucrativos que busca aperfeiçoar a educação, Rodrigo Godoy aponta os principais motivos para a evasão escolar.
“As causas que levam à evasão já estão mapeadas. Muitas vezes o aluno deixa a escola antes da conclusão para ingressar precocemente no mercado de trabalho. Outras vezes, por inadequação ao sistema, falhas na própria aprendizagem ou ainda por fatores externos, como a gravidez na adolescência, que é bastante frequente e leva muitas meninas a abandonarem os estudos”, afirma.
O impacto da evasão vai além das salas de aula e gera prejuízos também para o poder público e para a economia. “Existe um dado de 2019 que mostra que aproximadamente R$ 30 bilhões são desperdiçados com a evasão e também com a reprovação escolar. O fluxo educacional não ocorre de forma adequada. Além disso, há um prejuízo ainda maior para a economia como um todo: chegamos ao fim de um ciclo educacional sem um capital humano preparado para integrar o mercado de trabalho e ser produtivo como população economicamente ativa”, explica Godoy.
De acordo com ele, quanto mais anos de estudo, com bom aproveitamento e proficiência, maiores são as chances de conquistar uma boa colocação e obter melhores salários. “Se queremos um país desenvolvido, precisamos priorizar a educação. E, nesse processo, a participação da família é fundamental: ela deve ser aliada do aluno e da escola para garantir a permanência na rede”, destaca.
Em outubro, a Fundação da Gide (FDG) organiza o Festival da Educação Liga da Educação, que acontece entre os dias 5 e 7 em Belo Horizonte. As inscrições já estão abertas no site da instituição.