Motoristas de Belo Horizonte foram surpreendidos nesta segunda-feira (8) com o preço da gasolina a R$ 6,39 em postos da capital. O aumento repentino afetou especialmente quem depende do carro no dia a dia. A reportagem da Itatiaia percorreu postos do bairro Prado, na Região Oeste, até o Coração Eucarístico, na Região Noroeste, passando pela avenida Tereza Cristina e por estabelecimentos na região Centro-Sul, e confirmou a alta.
A biomédica Daniele Xavier, de 34 anos, contou que precisa abastecer o veículo de duas a três vezes por semana, já que trabalha viajando. “Para quem pega estrada no dia a dia, sente o valor pesado no bolso. É muito difícil, porque além do combustível, todas as outras despesas só aumentam”, afirmou.
O professor Haroldo Queiroz Costa, de 56, também reclamou do reajuste. “Tomei um susto. Cheguei de viagem ontem e encontrei a gasolina por R$ 5,79 em Divinópolis. Achei que em BH estaria mais barata. Hoje, quando vi a R$ 6,39, fiquei assustado. É muito caro, está difícil demais”, disse. Ele ainda cobrou transparência: “Até pagamos, mas queremos uma justificativa plausível para esse aumento do nada”.
Já a professora Vanessa Cristina Alves dos Santos, de 45, se disse assustada. “Passei para abastecer, olhei o preço, fui em outro posto e era a mesma coisa. Não teve nenhuma informação de aumento do barril, nada, e de repente o preço sobe assim. Me arrependi de não ter abastecido ontem à noite”, relatou.
Preço de posto de gasolina na região Oeste da capital
Para os consumidores, além do impacto direto no bolso, o aumento da gasolina pressiona toda a cadeia de preços, já que influencia o valor do frete e o custo final de diversos produtos.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro) informou, por meio de nota, que desde o anúncio do aumento da mistura de anidro na gasolina, em 1º de agosto, as usinas de etanol reajustaram em R$ 0,19 o litro do combustível na produção.
“O mercado, diferentemente do governo, já observava um reajuste na produção, uma vez que houve um significativo aumento na demanda por anidro. O hidratado, que é o combustível que vai direto para a bomba, também teve uma alta considerável nas usinas: da semana do dia 27 de julho até o fechamento do mercado no último dia 5, foram R$ 0,24 por litro de aumento”, disse a entidade.
O sindicato destacou ainda que a redução no preço do combustível é um desejo tanto dos donos de postos quanto do próprio Minaspetro. Nesse sentido, foram apresentadas propostas de medidas para baratear a gasolina nas bombas, “como a implementação do autoabastecimento e a correção de volume por temperatura na hora do carregamento do caminhão”.
A reportagem entrou em contato com a Petrobras, e aguarda retorno.
