Um empresário do setor da construção civil foi preso suspeito de mandar matar um amigo, profissional de marketing digital, de 35 anos, por causa de uma dívida de R$ 100 mil. O crime ocorreu em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, em 2021. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (3). Dois suspeitos, de 34 e 43, estão presos e foram indiciados.
A investigação começou em julho daquele ano, após o assassinato da vítima no bairro Tropical. O homem foi morto a tiros dentro do próprio carro, na garagem de casa, por um homem que chegou de moto e aproveitou o portão aberto.
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Logo no início das investigações, a família revelou que a vítima tinha esse valor a receber de um amigo, de 42, com quem havia feito amizade há cerca de seis meses em um motoclube. “Ele o considerava como um irmão”, contou um familiar à polícia.
De acordo com o delegado, a vítima “nutria forte apreço e laços de amizade com o autor intelectual do crime”.
O dinheiro, segundo os parentes, seria usado para mobiliar uma nova casa. “Ele precisava mobiliar a casa e, por isso, começou a cobrar o valor, de forma amistosa — chegou a sugerir o pagamento de ao menos metade da quantia”, relatou o delegado Ítalo Fernandes de Almeida. A vítima foi morta antes de se mudar para o novo imóvel.
Durante a investigação, a polícia descobriu que a vítima estava vendendo uma moto por meio de um aplicativo e tinha um encontro marcado com um suposto comprador justamente no dia e hora do assassinato. Segundo a PC, foi esse encontro que ligou o mandante ao crime.
O empresário, no mesmo dia em que deveria pagar R$ 34 mil à vítima, articulou com o executor o encontro que terminou em assassinato. “Era uma pessoa financeiramente desorganizada, mas que ostentava uma vida de luxo. Viajava com frequência e, nas redes sociais, dava dicas de turismo”, afirmou o delegado responsável pelo caso.
O mandante teria oferecido R$ 50 mil pelo crime e toda a logística do crime: emprestou uma moto e a arma usada. Após o assassinato, o executor devolveu o material em um galpão da empresa do empresário, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. No entanto, segundo a PC, o pagamento nunca foi feito.
O empresário foi localizado e preso em um condomínio de alto padrão na cidade de Lagoa Santa, também na região metropolitana. Ele negou o crime. O executor, de acordo com o delegado, era funcionário do empresário, prestando serviço como pedreiro, e já estava preso por outro crime.