Nesta quarta-feira (15) é comemorado em todo o país o
Viviane sempre sonhou em ser professora, mas conciliar trabalho e faculdade nunca foi fácil. Vivi Amaral, como é conhecida, foi criada em uma periferia do bairro Itaipu, Região do Barreiro, e relembra as dificuldades do início de sua trajetória.
A paixão por ensinar
Viviane sempre acreditou na educação como uma forma de transformação. Hoje, como formadora docente do programa Cantando e Contando História do Samba, ela leva sua vivência e ancestralidade para dentro da sala de aula.
“Cada canto daquele espaço me lembra daquela jovem do Barreiro que acreditava que a educação podia mudar a sua vida. E de fato mudou. Estar ali como professora é um orgulho imenso, mas, também, uma grande responsabilidade”, diz.
Para ela, o maior desafio da docência hoje é disputar a atenção dos alunos em um mundo cheio de distrações e desânimo. “Às vezes é difícil fazê-los entender que o estudo ainda é um caminho de transformação, principalmente quando a realidade fora da escola mostra o contrário. Mas eu sou prova viva de que a educação abre portas, mesmo quando tudo parece fechado.”
O sonho realizado
O dia em que entrou em sala de aula como professora foi marcante. “Lembro imediatamente da minha avó, Geralda. Quando contei para ela que iria me tornar professora, ela ficou toda feliz. Na época dela, ser professora era sinônimo de respeito e prestígio. Naquele momento, percebi que estava realizando não só o meu sonho, mas também o dela”, relembra.
Viviane também reconhece as dificuldades que marcam a profissão. “O amor pela docência é essencial, mas não basta. Somos movidos pelo afeto, mas também carregamos uma luta por reconhecimento, por respeito e por melhores condições. Amar o que fazemos não pode ser desculpa para aceitar sobrecarga e salários baixos. Ensinar é bonito, mas também é um ato de resistência.”
De aluna a professora
Voltar para a instituição onde estudou é motivo de emoção e orgulho. “Quando os alunos me veem, uma mulher negra, periférica, que estudou ali e voltou como professora, eles percebem que o sonho é possível. É nesse olhar de reconhecimento que eu encontro força para continuar acreditando na educação”, diz.
Aos jovens que enfrentam dificuldades financeiras, Viviane deixa um conselho: “Não desistam, mesmo quando tudo parecer impossível. O estudo é uma das poucas coisas que ninguém tira da gente. As dificuldades passam, mas o conhecimento fica — e transforma tudo.”
Dia dos professores
A data marca a criação das primeiras escolas de ensino elementar no Brasil, em 1827.
Segundo um decreto de 1963, o dia não é feriado nacional, mas sim feriado escolar, quando as aulas são suspensas em homenagem aos educadores.
(Sob supervisão de Aline Campolina)