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Caso Soraya: filho que matou a mãe em BH não poderá receber herança

Decisão provisória foi solicitada pelo pai da professora Soraya Tatiana Bonfim França e aguarda manifestação do Ministério Público (MPMG)

Soaraya Tatiana e filho, autor do crime, Matteos França

Nilton França, o pai da professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, conseguiu uma decisão provisória na Justiça que impede o filho dela, acusado de matar a mãe, de usar, administrar ou receber qualquer parte dos bens deixados por Soraya.

Segundo informações repassadas pela assessoria do Fórum Lafayette, nesta quarta-feira (15), o acusado, Matteos França Campos, ainda não foi oficialmente notificado sobre o processo — isso será feito por meio de uma carta enviada à comarca de Caeté (Grande BH), onde ele está preso.

A decisão foi dada em 29 de agosto pelo juiz Antônio Leite de Pádua, da 4ª Vara de Sucessões de Belo Horizonte, dentro de uma ação que pede a exclusão do herdeiro por indignidade, ou seja, por não ter direito à herança devido ao crime.

O juiz explicou que, diante dos indícios de feminicídio e do risco de os bens irem para o acusado, era necessário tomar essa medida urgente. Depois que o acusado for notificado e apresentar defesa, o caso será encaminhado ao Ministério Público (MPMG), que também vai se manifestar sobre o processo.

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Relembre o crime

O corpo de Soraya foi encontrado no dia 20 de julho em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada por uma denúncia anônima.

A vítima estava tampada parcialmente por um lençol, vestia somente a parte superior das roupas, tinha sinais de violência e estava sem documentos de identificação. Ela estava desaparecida desde a noite do dia 18.

No dia 25, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu o filho da professora, Matteos França Campos, de 32 anos, que confessou o crime.

Matteos relatou que matou a mãe por esganadura após uma discussão por dívidas contraídas por ele em apostas esportivas e empréstimos consignados.

Soraya Tatiana trabalhava, desde 2017, como professora de História dos 7º e 9º anos no Colégio Santa Marcelina, em Belo Horizonte, e era uma profissional querida por colegas e estudantes.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.