A Cemig intensificou, no primeiro semestre deste ano, o trabalho de campo para identificar fraudes e normalizar o consumo de energia em sua área de concessão. Mais de 177 mil unidades consumidoras passaram por inspeções técnicas em todo o estado. A medida resultou em uma recuperação de R$ 216 milhões, valor que inclui o consumo irregular não registrado e a projeção de faturamento para os meses seguintes à correção.
O alvo são fraudes na medição e ligações clandestinas que colocam em risco a vida das pessoas e prejudicam o fornecimento regular de energia. Essas irregularidades não só causam sobrecarga na rede e aumentam as chances de acidentes, como também afetam diretamente quem paga suas contas em dia, já que parte desse prejuízo é repassado para os clientes regulares, de acordo com os limites estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e para as distribuidoras.
O trabalho das equipes técnicas é guiado por dados coletados pelo Centro Integrado de Medição (CIM), que monitora o consumo de mais de 9 milhões de clientes em todo o estado. A estrutura analisa, em tempo real, unidades de diferentes níveis de tensão, o que representa cerca de 70% da carga da distribuidora. Esse cruzamento de informações permite detectar rapidamente indícios de irregularidades e direcionar as inspeções com maior precisão e agilidade.
Crime previsto em lei e risco real de acidentes graves
Furtar energia elétrica é crime. Está previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de reclusão e aplicação de multa referente à energia consumida e não paga. Quando há adulteração de medidores, o responsável também pode responder por estelionato.
Mas o risco vai além do processo criminal. A instalação irregular de cabos e conexões improvisadas pode causar choques, incêndios, rompimento de fios e morte. Essas ligações são feitas, muitas vezes, sem qualquer conhecimento técnico, sem equipamentos de proteção e ignorando normas básicas de segurança. Um erro pode ser fatal – não só para quem comete o delito, mas para vizinhos e transeuntes que circulam pela região.
A sobrecarga provocada por esses “gatos” compromete a estabilidade do sistema, provoca quedas de energia e danifica eletrodomésticos de clientes regulares. Com isso, o prejuízo se espalha para toda a sociedade.
Denúncia é anônima e ajuda a proteger vidas
A Cemig reforça que o combate ao furto de energia precisa da participação ativa da população. Por isto, vem ampliando suas ações de conscientização em todo o estado para alertar sobre os perigos e as consequências do furto de energia. A prática é crime, compromete a segurança da população e impacta diretamente a qualidade do fornecimento.
Qualquer pessoa pode denunciar ligações suspeitas pelo telefone 116, com total sigilo e segurança. As informações repassadas ajudam as equipes técnicas a agir com mais agilidade e precisão.
De 2020 a 2022, a companhia realizou mais de 355 mil regularizações em Minas Gerais. Agora, com o avanço das inspeções e o apoio da população, o objetivo é reduzir ainda mais o número de fraudes, proteger a rede elétrica e garantir que a energia chegue com qualidade a todos.
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