A ondulação transversal que obriga motoristas a reduzir a velocidade passa por estudo técnico e nem sempre é a solução para o tráfego das vias. Os moradores de Belo Horizonte protocolaram, em média, seis pedidos por dia para a instalação de quebra-molas nos oito primeiros meses do ano. Ao todo, foram 1.478 solicitações, segundo dados obtidos pela reportagem no portal de serviços da prefeitura.
No site, o cidadão pode indicar o local onde gostaria que fosse implantada a ondulação transversal.
“O pedido pode ser feito no site, acessando a plataforma e citando o serviço ‘quebra-molas’. A pessoa será direcionada ao serviço e, clicando no botão de solicitar, poderá descrever, por meio de um formulário eletrônico, o ponto desejado”, explica Max Wilson, gerente de atendimento ao usuário da BHTrans, empresa responsável pelo transporte e trânsito da capital.
Wilson lembra que nem todo pedido resulta em instalação. “Nem todo local é possível colocar um quebra-mola. Por exemplo, em lugares de aclive ou declive muito grande, é necessário que a rua tenha declividade adequada. Então não é qualquer local”, ressalta.
Assunto divide opiniões
Quebra-molas e lombadas são nomes para o mesmo equipamento, que divide opiniões sobre sua eficácia. Entre os pedestres, Vicentina Aparecida Moreira, auxiliar de serviços gerais, afirma que o dispositivo nem sempre garante segurança. “Às vezes o motorista passa correndo e nem vê o quebra-mola. Não para”, critica. Já o lavador de carros Eurides Gonçalves defende a medida: “Protege, pois o carro diminui a velocidade. O quebra-mola faz o carro frear”.
Entre motoristas, as opiniões também se dividem. Tiago Yuri, monitor de qualidade, diz que, sem sinalização adequada, o dispositivo se torna perigoso. “Quando tem sinalização, ele serve. Quando não tem, prejudica. O carro pula. Ainda mais aqui no trânsito de BH, é complicado”, avalia. Já o pedreiro Ezequiel Neves valoriza a instalação: “Ajuda bastante para reduzir a velocidade e evitar acidentes”.
O processo de instalação de quabra-molas é regulado nacionalmente
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A BHTrans reforça que apenas o poder público pode instalar quebra-molas. A colocação do equipamento por moradores ou condomínios, sem autorização, é considerada crime.
Para o especialista em trânsito e mobilidade Ricardo Pacheco, a análise técnica precisa levar em conta alternativas tecnológicas antes da instalação. “Hoje temos condições de aplicar recursos tecnológicos e penalidades pelo excesso de velocidade. Todos os recursos devem ser avaliados para que se faça a melhor sinalização possível, dentro da característica da via”, afirma.
Ele lembra ainda que o processo é regulamentado nacionalmente. “Não é tão simples instalar. Tem que passar por todo aquele rito exigido pela Resolução 973 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). O melhor que a população pode pedir é um estudo de trânsito para a área toda, onde há problemas de segurança”, recomenda.
O portal de serviços da prefeitura de Belo Horizonte pode ser acessado pelo endereço