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‘Bebês gigantes’ de BH: enxoval perdido e fraldas G aos 3 meses, conheça crianças que viralizam na internet

Mineiros, Henrique tem 4 meses e três semanas, 70 cm e 12 kg, e Logan tem 7 meses, 75 centímetros e 13 kg; conheça as fofuras que viralizaram nas redes sociais

À esquerda, Logan de 7 meses com a mãe Naiane Bonane; à direita, Henrique de 4 meses e três semanas com a mãe Tamires Soares.

São quatro meses e três semanas de vida, 70 cm e 12 kg do Henrique. Já Logan tem sete meses, 75 centímetros e 13 kg. Essas duas fofuras, os ‘bebês GIG’, viralizaram nas redes sociais após as mamães Tamires Soares e Naiane Bonane postarem vídeos sobre o rápido crescimento dos filhos.

Henrique aparece à esquerda e Logan à direita.

Nascido em Belo Horizonte, Henrique, o ‘bebê GIG’ do bairro Santa Tereza, região Leste da capital, deu sinais ainda na barriga da mãe de que seria um ‘bebezão’. Ele viralizou após Tamires Sores publicar um vídeo no Instagram quando o filho tinha apenas três meses. Nessa época, ele já pesava 10,5 kg (quando o peso médio é de 5,8 kg) e usava fralda G. O vídeo tem quase 1,5 milhões de visualizações.

“Recebemos a notícia do ‘bebêzão’ ainda na barriga. No ultrassom, os médicos estimavam que ele teria cerca de 4.200 kg, mas ele nasceu com 4.290 kg e 62 centímetros”, detalha ela em entrevista à Itatiaia. A mãe do ‘bebê GIG’ contou também que “todos no hospital iam ao quarto só para ver o filho”.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBPA), a altura média de meninos recém-nascidos saudáveis varia entre 45 e 55 centímetros, com uma média de aproximadamente 50,5 centímetros. Henrique nasceu com 7 centímetros a mais. Agora, com quase cinco meses de vida e 12 kg, ele já ultrapassa a média de um bebê de 13 meses.

“Hoje, a pediatra contou que ele está fora da curva de crescimento, tanto em altura quanto em peso — mas nos tranquilizou, dizendo que esse é o biotipo dele e que, ao começar a andar, tudo tende a se equilibrar naturalmente. Ele é super saudável”, explica.

Após a publicação do vídeo, foram milhares de comentários fofos, mas também alguns maldosos. “Mulher, teu leite deve ter caldo de mocotó", brincou uma internauta. “Alguém tem notícias sobre o braço da mãe? Como está kkk”, escreveu outra. “Dieta nele. Ele deve mamar e tomar fórmula e comer comida. Tira a fórmula urgente”, postou outra pessoa.

Segundo Tamires, Henrique é amamentado exclusivamente no peito e é acompanhado por uma pediatra. “Ela sempre nos orientou com muito carinho. E foi aí que decidimos usar o vídeo para mostrar que cada bebê tem seu próprio biotipo — e que, se for bem acompanhado por um profissional, isso pode ser totalmente saudável e normal”, ressalta ela.

A ideia do vídeo surgiu após os pais acharem engraçado como o ‘bebê GIG’ parecia enorme perto dos outros bebês. “Gravamos na brincadeira. Quando o vídeo viralizou, vieram muitos comentários divertidos — levamos todos numa boa! Mas também apareceram comentários dizendo que eu deveria colocá-lo de dieta.

São 70 centímetros de pura fofura e de diversas roupas perdidas, diz a mãe. “Perdemos praticamente todo o enxoval que preparamos com tanto carinho. Inclusive, na maternidade, a roupinha que levamos nem serviu — precisei ligar para minha sogra levar outras maiores correndo!”, brinca ela.

Henrique nasceu em Belo Horizonte e tem quatro meses de vida, três semanas, 70 cm e 12 kg.

Conforme o pediatra da Clínica Pequenos Grandes, Dr. Frederico Hanaoka, os casos de bebês GIGs resultam em interação entre fatores genéticos e ambientais.

“A genética exerce influência no crescimento fetal, especialmente quando os pais têm maior estatura ou apresentam sobrepeso. No entanto, ela não é o único fator determinante. Condições ambientais e alterações hormonais maternas durante a gestação também desempenham papéis relevantes no desenvolvimento de bebês com tamanho acima do esperado”, explica ele.

GIG após o parto

Com história parecida, Naiane Bonane, mãe do Logan, também de BH, lembra que o ‘bebê GIG’ nasceu com 3.420 kg e 54 cm, considerado um bebê de tamanho padrão na média brasileira. Porém, três meses depois, Logan, que também nasceu em Belo Horizonte, cresceu para além do padrão e, atualmente, tem 75 centímetros e pesa 13 kg. Isso com sete meses de vida.

Filho de pai da República Tcheca e de uma mineira, Logan está acima do padrão de bebês do Brasil, mas nem tão fora do padrão do país paterno. O pai também nasceu um ‘bebezão’ e hoje tem 1,90 cm.

“Ele se parece muito com o pai. Minha sogra disse que teve o mesmo problema quando o meu marido era bebezinho, ela perdeu diversas roupas e sempre chamou muita atenção”, explica ela.

Segundo a mãe, o ‘bebezão’ chegou a mamar no peito, mas ela não produziu a quantidade de leite suficiente e recorreu também à fórmula. Mas sempre foi (e é) super saudável.

“Eu queria ter feito amamentação exclusiva, mas eu não consegui produzir a quantidade de leite que ele precisava. Então, no primeiro mês, ele acabou perdendo peso e aí precisamos introduzir a fórmula. Isso nunca fez ele se alimentar mais do que deveria; sempre esteve dentro do esperado”, ressalta a mãe.

“Ele é bem maior do que os outros bebês da idade dele, regulando mais com bebês de um ano e meio. Ele é muito carismático, saímos na rua e ele chama a atenção. Acho que esse é um dos motivos pelos quais nossos vídeos viralizaram”.

Nas redes sociais, Naiane se apresenta como ‘Mãe do super bebê', e acumula mais de 11 mil seguidores. Em um dos vídeos, Logan, sempre muito risonho e brincalhão, recebeu 2 milhões de curtidas. Segundo a mãe, a ideia das gravações veio naturalmente, já que não conseguia encontrar roupas para o filho.

“O vídeo foi sobre uma ideia completamente genuína, eu queria saber de outras mães se elas tinham indicações de lojas onde eu pudesse comprar roubas de bebê, com cara de bebê, não roupas de criança. E aí ele viralizou, tanto pelo tamanho, pelas risadas e comentários”, completou.

Naiana conta que um fato curioso é que ele usou fraldas de recém-nascido e pulou direto para o tamanho G. “Ele nem passou pelo P e nem pelo M. Agora ele usa roupas de 18 e 24 meses, algumas são de crianças de 3 anos”, brinca ela.

Logan nasceu em Belo Horizonte, tem 7 meses, 75 centímetros e 13 kg.

A brasileira também disse que inicialmente os comentários eram fofos, engraçados e que eles se divertiram com isso, até que uma chuva de mensagens negativas sobre o filho começou e ela foi ameaçada por um seguidor dizendo que iria acionar o Conselho Tutelar.

“De repente, vieram comentários negativos, pessoas questionando a minha maternidade, se eu não estava dando comida demais para ele, que ele estava acima do peso, chamando-o de obeso, enfim. Cheguei a ser ameaçada, um deles disse que iria acionar o Conselho Tutelar”, relembra ela.

Segundo Naiana, Logan é extremamente saudável e todos os meses passa por um acompanhamento. “Eu nunca alimentei ele demais, sabe? É sobre o preconceito das pessoas, os ataques, eles me atacaram, falaram sobre o meu corpo, o meu peso”, explicou ela, que hoje diz restringir os comentários negativos que chegaram a afetar sua saúde mental.

Ainda degundo Dr. Frederico Hanaoka, os ‘bebês GiGs’ nem sempre serão crianças ou adultos maiores do que o normal para a idade.

“Muitas crianças com crescimento acelerado nos primeiros meses de vida desaceleram com o tempo, sobretudo quando esse ganho foi impulsionado por fatores ambientais, como hábitos alimentares inadequados. Por outro lado, quando há proporcionalidade com a estatura e o biotipo dos pais, é mais provável que o crescimento reflita uma tendência genética. Em todos os casos, o monitoramento contínuo do crescimento é essencial para identificar precocemente riscos de obesidade ou distúrbios metabólicos”, pontua ele.

O médico ressaltou também, que o acompanhamento periódico e a orientação em relação à alimentação saudável, “permite a identificação precoce de desvios e a prevenção de complicações como obesidade infantil e síndromes metabólicas”.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.