76% das escolas municipais de Belo Horizonte
Os trabalhadores decretaram paralisação por tempo indeterminado na sexta-feira (6). A categoria reivindica um índice de reajuste superior ao proposto pela prefeitura da capital, que é de 2,49%. “A greve continua com força”, afirmou Vanessa Portugal, uma das representantes do Sind-Rede/BH.
A decisão foi tomada em assembleia realizada à tarde na Praça da Estação, no hipercentro de BH.
Reivindicações
Os trabalhadores defendem a recomposição salarial com base nos índices de reajuste do piso nacional do magistério, além da reposição imediata do quadro de professores – especialmente nas EMEIs, onde alegam que a “situação é ainda mais grave”.
Eles também exigem a reestruturação da carreira, que, segundo os movimentos sociais, está defasada desde 2020, e a redução no número de estudantes por sala de aula, para garantir “qualidade no ensino e condições dignas de trabalho”.
Uma nova assembleia geral foi marcada para a próxima quarta-feira (11), quando serão definidos os próximos passos do movimento.
Veja abaixo a nota na íntegra da prefeitura
''A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) reconhece a importância dos profissionais da Educação e a necessidade constante de valorização e destaca que 100% dos profissionais do magistério da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte recebem salários acima do piso nacional. O salário médio de um professor de ensino fundamental que trabalha, por exemplo, nos turnos da manhã e tarde é de mais de R$ 13 mil.
Somente no comparativo entre março de 2022 e março de 2025, o aumento médio na remuneração dos professores da Educação Infantil foi de 91,4%, e o dos professores do Ensino Fundamental, de 69,7% – médias significativamente superiores à inflação do período, medida pelo INPC, que foi de 15,47%.
Contudo, todas as concessões devem ocorrer de maneira responsável, equilibrando as necessidades de diferentes setores para garantir a sustentabilidade financeira do Município. Com essa premissa, a Prefeitura informa que o índice de reajuste 2,49% representa o limite orçamentário para despesas dessa natureza e qualquer outra proposta extrapola as finanças municipais.
O índice de 2,49% recompõe 100% da inflação acumulada entre janeiro e abril de 2025. O índice de correção, conforme o INPC, será aplicado de forma retroativa a maio e contemplará tanto os servidores ativos, quanto os aposentados e pensionistas. A recomposição incidirá sobre os salários, vencimentos, gratificações, abonos e benefícios.
O impacto anual do reajuste de 2,49% com o aumento do vale-refeição para R$60 e outras demandas especificas será de R$ 493 milhões, sendo R$ 156 milhões somente para a Educação, caso aceitem a proposta.
É importante destacar que a atual proposta não considera a inflação de 2024 porque a PBH concedeu naquele ano um reajuste de 8,04%, valor superior à inflação registrada no mesmo período, que foi de 4,77%. Assim, toda a inflação de 2024 já foi concedida e ainda houve ganho real.
O Município sempre esteve aberto ao diálogo e realizou, de janeiro de 2025 até agora, 32 reuniões somente com o sindicato que representa a Educação para avanços nas pautas específicas e resolução de outras demandas da categoria.
A PBH informa ainda que recebeu ofício da categoria recusando a proposta apresentada.’'