Os condomínios de Belo Horizonte enfrentam uma onda crescente de furtos, com uma média alarmante de dois casos por dia. Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Minas Gerais (Sindicon MG), em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, revelou 250 ocorrências apenas no primeiro trimestre deste ano.
Apesar de uma pequena redução de quase 4% em relação ao mesmo período do ano anterior, os números continuam preocupantes. Em 2024, mais de mil condomínios foram alvo de furtos na capital mineira.
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Os criminosos têm se mostrado cada vez mais audaciosos, levando itens diversos como fios de iluminação de jardim e até mesmo barras de alumínio das fachadas dos edifícios. Um caso recente no bairro Santo Agostinho, na região centro-sul de Belo Horizonte, ilustra a ousadia dos ladrões.
O síndico de um dos prédios afetados relatou: ''Um catador de latinha se aproximou do nosso prédio, destruiu e furtou barras de alumínio aqui da fachada entre os portões da garagem. Alguns vizinhos viram, mas não sabiam o que estava acontecendo’’. O mesmo indivíduo já havia furtado fios de iluminação do jardim em uma ocasião anterior.
Desafios na segurança dos condomínios
O advogado Carlos Eduardo Alves de Queiroz, presidente do Sindicon MG e vice-presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB-MG, alerta sobre os principais desafios na segurança dos edifícios: ''Os principais cuidados que hoje tem que ter é com quem está entrando no seu prédio. Muitas vezes as pessoas olham muito a aparência, e aparência não quer dizer nada’’.
Queiroz destaca que os criminosos frequentemente usam argumentos convincentes para ganhar acesso aos prédios, alegando visitar parentes ou serem novos moradores. Além disso, ele aponta falhas comuns de segurança, como portões de garagem que demoram a fechar, oferecendo oportunidades para invasores.
Os alvos dos criminosos são variados, incluindo bicicletas, veículos na garagem e até mesmo apartamentos. ''Dentro do apartamento, ele tem a oportunidade de levar outros itens. Tem gente que põe o carro na garagem e não fecha, então eles pegam aqueles itens como notebooks e celulares’’, explica o especialista.