O Anel Rodoviário de Belo Horizonte está prestes a passar por mudanças. A partir do próximo mês, a via será municipalizada, saindo da responsabilidade federal para a gestão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Inaugurado em 1964, o Anel Rodoviário foi originalmente projetado para desviar o tráfego das BRs 381 e 040 do centro da cidade. No entanto, com o crescimento urbano, a via se transformou praticamente em uma avenida urbana, recebendo diariamente mais de 150 mil veículos.
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A mudança na gestão vem em um momento crítico. Desde 2014, cerca de nove mil pessoas foram vítimas de acidentes no Anel Rodoviário, incluindo mortos e feridos. Somente nos cinco primeiros meses deste ano, mais de mil acidentes de trânsito foram registrados, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP/MG).
Desafios e expectativas
O especialista em trânsito e diretor da Infraplan, Silvestre de Andrade, destaca os principais problemas que a prefeitura enfrentará: ''Ele tem problemas de capacidade, estrangulamentos da via ao longo do trecho, problemas de articulação com a cidade, ocupações irregulares, e falta de infraestrutura adequada para uma via urbana, como passeios e iluminação pública’’.
Antônio Oliveira dos Santos, superintendente do Denit em Minas Gerais, avalia positivamente a transferência: ''O Denit já vem conversando com a PBH há um bom tempo. Apesar de ser uma rodovia federal, o Anel concentra uma grande quantidade de tráfego urbano, e nada melhor que a Prefeitura de Belo Horizonte para administrá-lo’’.
Após a municipalização, o governo federal deverá repassar mais de R$ 63 milhões à Prefeitura de BH por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC3). O valor será destinado à construção de dois viadutos estratégicos.