O desembargador aposentado Alberto Aluízio, 76 anos, tenta retomar a rotina após ser assaltado por dois criminosos em plena rua São Paulo, esquina com Gonçalves Dias, no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O crime foi cometido às 9h de terça (1º), mas as imagens que mostram a ação foram obtidas pela família e divulgadas nessa quarta-feira (2). O vídeo mostra que o desembargador tentou evitar o roubo e chegou a cair no chão junto com um dos suspeitos. Em entrevista à Itatiaia, contou que mora há quase quatro décadas no Lourdes e nunca tinha passado por situação semelhante.
Conforme o Boletim de Ocorrência, os bandidos levaram um colar com dois pingentes e uma aliança. Alberto, que teve escoriações, contou que seguia para a um estúdio de atividade física quando foi surpreendido. Inicialmente, ele não identificou que era um assalto.
“Sofri um ataque pelas costas de dois elementos. Um pulou nas minhas costas e eu, acreditando até que tivesse acontecendo um atropelamento, me virei e tinha um cidadão, um elemento mais alto do que eu, me empurrando. Instintivamente, coloquei a mão no pescoço dele, pois não sabia o que estava acontecendo. Foi quando chegou um outro elemento por trás e me disse: ‘não reage, não reage’. Mas eu já estava num processo de reação, porque não estava entendendo, acabei sendo empurrado e eu sofri uma queda e a pessoa que estava em cima de mim também caiu”, detalha o desembargador.
Alberto conta que, em razão da violência, moradores da região já andam pelo bairro com a atenção redobrada. No entanto, destaca uma distração pode ser determinante para a ação de criminosos.
“Todos nós andamos atentos, mas, logicamente que num momento ou outro, a pessoa distrai. Eu, por exemplo, caminhava sozinho tranquilamente, um trajeto que eu faço pelo menos três vezes por semana. Passei por pessoas conhecidas, cumprimentei e, quando estava atravessando o sinal, fui abordado de forma violenta. Quer dizer, eu nunca podia esperar, inclusive, que na numa travessia de sinal você sofresse uma agressão do tipo que eu sofri, mesmo porque eu poderia ter caído ali o sinal aberto e tal, a buzinação e tudo mais, chamado muita atenção. Quer dizer, foi uma ação de muita ousadia por parte desses elementos, desses bandidos”, destaca.
Em razão do assalto, o desembargador fiz que já mudou hábitos. “Hoje, por exemplo, saí pela manhã bem cedo, sempre de antena ligada e sem qualquer atrativo para ladrão”, reforça.