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Especialistas em educação promovem roda de conversa sobre série ‘Adolescência’ em BH

Evento, que vai debater a série e outros desafios dessa fase da vida, é voltado para pais e educadores

Série britânica, original da Netflix, é estrelada pelo novato Owen Cooper e pelo veterano Stephen Graham como filho e pai

A adolescência é uma fase que traz muitos desafios para quem passa por ela e também para os pais. Nessa época, filhos começam a dar mais atenção e importância para a opinião dos amigos, andam em bando, demandam mais privacidade, mais autonomia. Além disso, sofrem mais com pressões sociais relacionadas a estética, comportamento e outros.

No mundo de hoje, somadas a essas questões historicamente estabelecidas, há os desafios que a internet e as redes sociais trouxeram. Quem vê a série ‘Adolescência’, na Netflix, é apresentado ao mundo dos incels, da masculinidade tóxica e outros temas que rodeiam a juventude hoje, muito devido à facilidade de disseminação de opiniões extremistas na rede.

Sobre esse tema, as psicólogas, pedagogas e pesquisadoras da infância e do desenvolvimento Letícia Fonseca e Marina Pongeluppi promoverão uma roda de conversa no Clic - Centro Lúdico de Educação e Cultura, aberto a pais e educadores interessados no assunto, nesta quinta-feira (3).

Segundo Letícia, cada geração tem suas dificuldades relacionadas à adolescência. “A gente não pode ter a ilusão de que ser pais na contemporaneidade, no mundo digital, é mais difícil do que foi em qualquer outra época”, afirma. “Cada geração traz desafios novos e o adolescente vai trazer desafios que a gente não conhece. Enquanto nossos filhos são crianças, eles vão trazer desafios com que a gente está mais familiarizado. O adolescente vai trazer novidades, ele vai navegar por mares em que muito provavelmente nós nunca navegamos”, completa, lembrando que isso é uma característica dessa fase da vida.

“Por outro lado, o adolescente também ainda está com cérebro em formação, então, ele não tem toda a capacidade cognitiva de entender as implicações de uma decisão errada, de uma decisão imoral”, diz a educadora.

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O evento é voltado a pais e educadores não só dessa faixa etária, mas também dos menores. Isso porque Fonseca defende que essas questões, apesar de aparecerem com maior ênfase na adolescência, nascem na infância. “A criança que já vem de alguma forma, ou tendo acesso, ou tendo falas que são misóginas, que são racistas, que debocham das pessoas, que cometem pequenos bullyings que a gente naturaliza, acha que é coisa de criança. Se não se cuida disso na infância, pode vir a se tornar um grande problema na adolescência”, afirma.

Assim, a série é um ponto de partida para um debate. “Ela trouxe uma reflexão de diversas formas, pessoas que concordam, pessoas que discordam, e o debate é maravilhoso, ele é super bem-vindo. E é isso que a gente está convidando todo mundo para fazer.”

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Jornalista há 15 anos, com experiência em impresso, online, rádio e assessoria de comunicação