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Condôminos do edifício JK denunciam que foram impedidos de falar em assembleia

Condôminos relataram que não são permitidos de votar e dar a opinião nos assuntos tratados na reunião desta terça-feira (30)

Edifício JK, localizado na região Centro-Sul de BH

A reunião extraordinária para eleger o novo síndico do edifício JK, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi marcada por polêmicas entre os condôminos e a mesa diretora da assembleia. Um dos presentes relatou à imprensa que os moradores não são permitidos de votar e dar a opinião nos assuntos tratados na reunião desta terça-feira (30).

“A mesa diretora da assembleia, o presidente, não deixa nós, condôminos, darmos nossa opinião e nem votarmos. Ele cessa toda e qualquer manifestação ou opinião, não nos deixa conferir documentos que são públicos, que são as procurações que o síndico tem para votar em si mesmo”, relatou Leandro Boaventura, servidor público e morador do condomínio.

O síndico em exercício é Manuel Gonçalves de Freitas Neto, de 61 anos, que foi braço-direto de Maria Lima das Graças, de 78 anos, antiga síndica do prédio por 40 anos. Ela está internada em estado grave em BH.

Já o presidente da mesa é o advogado do prédio, Faiçal Assarauy.

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Leandro relatou que, mesmo com vários votos contrários, as pautas continuam vencendo na assembleia, uma vez que o síndico tem várias procurações e vota em si mesmo com elas.

Uma mulher quase foi forçada a se retirar da assembleia durante a reunião. “O presidente da mesa determinou que ela fosse retirada porque ela estava tumultuando, quando, na verdade, ela estava manifestando que não estava havendo votação”, disse Leandro, destacando que a manifestação dos moradores não era considerada pela mesa.

Os condôminos contrários à gestão de Manoel Gonçalves de Freitas Neto afirmam que a eleição de um novo síndico não pode ocorrer em reunião extraordinária, mas, sim, em assembleia ordinária, realizada tradicionalmente em março.

Para reforçar a contestação, o grupo organizou conseguiu procurações de outros condôminos e pretende usar o documento como prova da irregularidade, para anular a eleição desta terça (30), que tem chapa única.

O designer Rafael Silva de Paula, de 40 anos, relatou frustração com a condução da assembleia. “Pelo que eu entendi, a mesa falava e os moradores se manifestavam, mas não eram ouvidos. Passava-se por cima, aprovavam o que queriam, literalmente. Era desse jeito”, disse. Segundo ele, a experiência foi tão negativa que chegou a provocar mal-estar. “Saí de lá chocado, sentindo até um leve enjoo, tremendo por dentro. Acho que foi a maior palhaçada que já vi na vida real.”

Após ser eleito, Manuel fez uma breve declaração: “Eu me elegi, graças a Deus, e acho que todos nós trabalhamos por uma causa em comum: o JK. Sei que muita gente não concorda, mas a divergência é sempre bem-vinda. O importante é que a maioria venceu, e nós vamos fazer um excelente trabalho voltado para os moradores e para o condomínio”, disse.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.