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Bloco de Carnaval em Juiz de Fora termina em confusão com a polícia

Segundo vídeos que circulam nas redes sociais, crianças e mulheres foram atingidas pelo spray de pimenta; polícia alega que foliões atacaram militares com garrafas de vidro

Um bloco de Carnaval realizado na Praça Antônio Carlos, na cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, acabou em uma confusão durante a noite desse sábado (1°), conforme vídeos que circulam nas redes sociais. Segundo populares que estavam no local, houve brutalidade da Polícia Militar (PM), durante a dispersão dos foliões.

Um ônibus coletivo foi apedrejado no local, com o para-brisa frontal quebrado.

Em um trecho, o vídeo gravado por uma mulher diz: “A gente estava no bloco da Benemérita, que é um grande bloco, principalmente para pessoas negras e LGBTs e a polícia dispersou o bloco com spray de pimenta e bomba. Tinha muita criança no palco, foi todo mundo afetado pelo spray de pimenta”. Nas imagens, é possível ver diversas pessoas deitadas na calçada, sendo socorridas.

Ainda de acordo com o vídeo, a mulher que narrava a ação foi “chutada e os organizadores do bloco foram presos”, completa ela, que esclarece que ambos são pessoas trans. Nas imagens, é possível ver um dos organizadores levando uma coronhada de um dos policiais. Ainda segundo ela, o incômodo dos PMs começou após os foliões se manifestarem contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Posicionamento da Polícia Militar

Em entrevista a Itatiaia neste domingo (2), a Major da Polícia Militar (PM) Layla Brunella disse que, conforme os militares que estavam no local, a intervenção militar aconteceu após um ônibus da cidade ser apedrejado e os populares atacarem os policiais.

“De acordo com os militares que estavam no local, houve uma mudança no perfil do que seria um bloco de Carnaval e iniciaram-se ali músicas de baile funk, a venda de bebida para menores e o uso de drogas”, começou explicando.

Segundo a Major, o reforço militar aconteceu também após foliões arremessarem garrafas contra os policiais e a incitação à violência feita pela organizadora do bloco.

“Houve essa necessidade de intervenção inicial, né, com a chamada inclusive de reforço de policiais militares, porque eles apedrejaram o ônibus da cidade. Em razão dessa violência, os militares iniciaram uma ação para abordar esses suspeitos e começou pela responsável do bloco, uma incitação, uma violência, ela começou a pedir aos usuários ali, aos foliões, que atacassem os policiais, que a culpa era da polícia, que ela não seguiria com o bloco, porque havia truculência policial, e nesse momento, as pessoas começaram a arremessar garrafas, pedras contra os policiais que precisaram pedir apoio”, continuou.

Em relação ao uso do spray de pimenta, a Major esclarece que, devido ao movimento de violência dos foliões, “nós pedimos reforço e houve necessidade de uso de gás, de uso de força para conter as pessoas em relação aos nossos policiais militares”.

Ao todo, três pessoas foram presas, entre elas a responsável pelo bloco, que responde por incitação à violência, desobediência, desacato, ameaça e resistência.

Uma segunda pessoa foi levada à delegacia devido a uma intervenção e agressão a um policial militar. Segundo a Major, ela irá responder por desobediência, desacato, resistência e agressão. Já o terceiro conduzido teria arremessado uma garrafa contra um PM. Ela irá responder por lesão corporal tentada, desobediência, desacato e resistência.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Désia Souza é jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde também cursou pós graduação em “Mídia e Cidadania” e mestrado em “Comunicação e Poder”. É coordenadora de jornalismo na Itatiaia Juiz de fora, onde também atua como âncora e repórter.