''Pensei por um segundo que tinha sido por um descuido, só que isso continuou por todo o exame”. Esse é o relato de uma das vítimas de Danilo Costa, de 46 anos, médico oncologista de um hospital em Itabira, na região central de Minas Gerais, denunciado por abuso sexual. Nesta quarta-feira (5), o número de mulheres que procurou as autoridades subiu para oito, conforme informou a Polícia Civil. O médico é acusado de estupro e importunação sexual durante consultas e exames.
A mulher, que não será identificada, contou à Itatiaia, que o constrangimento começou logo que chegou no consultório. “Ele já fez um comentário desagradável sobre o meu corpo. Perguntou quantos ml (de silicone) eu tinha de prótese e falou que, apesar do volume alto, eu tinha um corpo que combinava”, disse a paciente.
O abuso aconteceu quando ele se aproveitou do procedimento médico para tocar partes íntimas da vítima. “Em determinado momento, ele passou o dedo em cima meu mamilo”, contou.
Logo ela descobriu que o abuso se repetiu com outras pacientes: “Cheguei a conversar com outras mulheres que passaram pela mesma coisa durante o exame de ultrassom”, relatou. A primeira denúncia foi feita por uma mulher que procurou tratamento no final de janeiro.
Outra denunciou assédio no ambiente de trabalho: “A cada vez que ele me encontrava pela instituição, ele forçava esses abraços. Começou a ficar incômodo, constrangedor, e eu tentava escapar, mas teve um dia que eu estava nas escadas e ele tentou de fato me agarrar”, detalhou a colega, que também não será identificada.
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Investigação em andamento
Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam em andamento e o suspeito preso segue preso.
A Prefeitura de Itabira informou que o médico não era contratado diretamente pelo município, mas prestava serviços para a Irmandade Nossa Senhora das Dores e para o consórcio intermunicipal do Centro-Leste. O Hospital Nossa Senhora das Dores, um dos locais onde o médico atuava, manifestou apoio às vítimas e afirmou ter suspendido o atendimento do profissional desde o dia 27 de janeiro.
À Itatiaia, a defesa de Danilo informou que a acusação não procede e que a prisão do médico é uma medida completamente desnecessária. Ainda, o advogado Hermes Vilchez Guerrero alegou que não há seis vítimas, mas uma única suposta vítima - a que deu origem ao inquérito.