Trabalhadores ambulantes da Praça do Papa, localizada na região Centro-Sul de Belo Horizonte, estão enfrentando sérias dificuldades financeiras desde o fechamento total do espaço para obras de revitalização em julho de 2023. Os vendedores afirmam que o movimento caiu mais de 90% após o início das intervenções.
Cláudio Ribeiro Ferreira, que trabalha há 42 anos vendendo pipoca na praça, relata que a situação atual é extremamente desafiadora. “Antes da reforma, eu vendia em torno de R$ 500, R$ 600 por dia. Agora, às vezes não consigo nem R$ 100, o que não cobre nem os custos de combustível e produto’, lamenta o ambulante.
Roberto Lancona, conhecido como Djavan, também compartilha suas dificuldades. Com 48 anos de experiência na venda de pipoca no local, ele expressa preocupação com o prazo indefinido para a conclusão das obras. “A gente é pai de família, precisa trabalhar. Já vai fazer quase um ano e não tem nada pronto ainda”, desabafa.
Impacto nas vendas e perspectivas futuras
Os ambulantes relatam que, antes do fechamento da praça, era possível faturar entre R$ 700 e R$ 800 em dias normais, chegando a R$ 3 mil nos fins de semana. Atualmente, consideram um bom dia quando conseguem vender entre R$ 300 e R$ 400.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP) informou que as obras na Praça do Papa tiveram início no final de fevereiro de 2023, com a interdição total ocorrendo em julho do mesmo ano. A prefeitura afirma ter realizado reuniões com os ambulantes para explicar a necessidade da obra, cujo custo estimado é de 11 milhões de reais.
A previsão para a reabertura da praça é para o primeiro semestre de 2025, embora sem uma data. Os trabalhadores aguardam ansiosamente o término das obras para retomarem suas atividades e recuperarem suas fontes de renda.