A Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (Asthemg) denuncia que o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), em Belo Horizonte, teve as cirurgias suspensas e transferidas para o João XXIII. À Itatiaia, a associação demonstrou preocupação com o futuro dos servidores, enquanto a Fundação Hospitalar de Minas Gerais negou que haverá fechamento da unidade.
O presidente do Sindicato, Carlos Martins, destacou a relevância do Maria Amélia Lins no suporte ao João XXIII. “Quando a pessoa é acidentada e procura o João XXIII, que faz todo o procedimento e o primeiro atendimento, as cirurgias ortopédicas que não são consideradas de urgência são encaminhadas para o Hospital Maria Amélia Lins, e são muitos casos”, disse, explicando ainda que o HMAL realiza cirurgias programadas, internações pós-cirúrgicas e acompanhamentos, atendendo a uma demanda de mais de 150 casos diários encaminhados pelo João XXIII.
Desde a véspera do Natal, entretanto, as cirurgias foram transferidas para o João XXIII devido à quebra de um equipamento essencial do HMAL, que está em manutenção e exige reparos no exterior. A situação tem gerado preocupação tanto para os servidores, que foram realocados temporariamente, quanto para os pacientes, diante do risco de sobrecarga no João XXIII.
Segundo a Asthemg, a resolução do problema pode levar ao menos três meses. Carlos Martins alertou que a estrutura do hospital não foi ampliada para atender à nova demanda, o que pode comprometer o atendimento de pacientes de ambas as unidades.
“Os trabalhadores estão trabalhando lá junto com os outros funcionários, dando esse suporte ao serviço das cirurgias que agora estão sendo feitas no João XXIII. Mas isso não significa que, tendo esses trabalhadores lá, nós temos uma estrutura adequada para absorver essa nova demanda de cirurgia. Uma coisa é você ter o profissional, outra coisa é ter as salas e os equipamentos necessários para fazer a cirurgia dentro do Hospital João XXIII”.
Em nota, a Fhemig negou qualquer intenção de fechamento do HMAL, reforçando que os atendimentos estão sendo realizados no João XXIII sem prejuízo aos pacientes. Segundo a Fundação, as cirurgias de baixa complexidade, que somam cerca de 200 por mês, continuam sendo executadas pela equipe do Maria Amélia Lins, com os pacientes retornando ao hospital para recuperação.
Enquanto isso, a superintendência regional do trabalho em Minas Gerais convocou uma reunião para discutir a situação. O encontro, marcado para a próxima segunda-feira (13), reunirá trabalhadores das duas unidades, representantes da Fhemig e da Secretaria Estadual de Saúde.