Quem anda pela avenida Afonso Pena tem a sensação de ser engolido pelos grandes prédios. Um dos mais tradicionais e mais antigos é o Edifício Mariana, que foi construído na década de 1940.
Nesta semana do aniversário de BH o programa Rádio Vivo, com Eduardo Costa e Fernanda Viegas, exibe a série “BH como eu te vejo”, que celebra os 127 anos da Capital e relembra coberturas marcantes da Rádio de Minas na avenida Afonso Pena. Vamos percorrer os principais pontos da avenida e falar de momentos em que a Itatiaia fez e ainda faz história, sempre com a ajuda de moradores e frequentadores da avenida.
Edifício Mariana
Logo ao entrar no Edifício Mariana, outro nome feminino chama a atenção. Mayra. Esse é o nome da joalheria que está no saguão de entrada do prédio há quase 50 anos. O dono é o comerciante Celso Guimarães, de 72 anos, que hoje conta com a ajuda dos dois filhos. Conta aí, Celso: quem é essa Mayra?
“A Maíra? Eu tirei do do livro do Darcy Ribeiro. Quando eu fui fazer vestibular a Federal exigia que você lesse uns três ou quatro livros. Esse livro foi difícil demais a gente interpretar. Peguei dali. Só que o Maíra dele é com i e eu para enfeitar coloquei com y”, explica.
Celso conta que, no início, o edifício era ocupado em sua maioria por profissionais liberais. Depois, vieram as pronta-entregas de roupas e, por fim, as lojas de noiva.
De pai pra filho
Uma dessas primeiras lojas foi a Traje a Rigor, que foi fundada há 55 anos pela mãe da Jussara Vilela, que administra a empresa atualmente. A loja foi se adaptando com o tempo e, hoje, só aluga ternos. Jussara conta que a clientela é literalmente hereditária.
“A gente tem uma clientela muito grande. É assim - de avô, de pai, para filho e para neto. Eu tenho clientes que chegam aqui e contam que foram pajens com dois, três, quatro aninhos que já se casaram e hoje são os filhos que estão casando”, celebrou Jussara.
Cliente fiel
Monique é um bom exemplo desses casos. “Tenho 35 anos. Sou arquiteta é minha experiência com o Edifício Mariana é bem bacana. É a quarta vez que eu alugo vestido aqui. Já é a terceira vez como madrinha e também como noiva tive a experiência de alugar aqui”, contou à Itatiaia.
Igreja São José
Monique se casou em uma igreja no Barreiro, mas muitas noivas sonham em fazer sua cerimônia na Igreja São José, um ponto turístico da avenida Afonso Pena que se tornou queridinho dos casais.
Mas segundo Euler, o sacristão da Igreja São José, é preciso ter paciência. “Nosso Santuário sempre foi muito requisitado para a celebrações dos matrimônios. Aqui nós temos casamento sempre na sexta e no sábado. No entanto, a agenda está sempre cheia. Então quem quer casar aqui no santuário sempre tem que procurar com bastante antecedência”, explicou.
Apuração eleitoral na Igreja
A São José é um marco para temas além do casamento e das celebrações religiosas. Em 1960 a Igreja São José foi local de apuração de votos na eleição - com coordenação da Itatiaia.
Foi logo antes da Ditadura Militar de 1964, quando a votação era toda manual. A Itatiaia fazia uma apuração no Centro de BH e divulgava em painéis instalados por ali - um deles, na lateral da Igreja São José. Assim, a população podia acompanhar o resultado das eleições e saber quem estava vencendo antes mesmo da divulgação da Justiça Eleitoral da época.
Nesse pleito, Jânio Quadros foi eleito presidente do Brasil e Magalhães Pinto escolhido como Governador de Minas. Hoje, a gente já não precisa de placares nem de giz, mas só do portal Itatiaia para acompanhar a apuração no Brasil todo de forma simultânea.
Ouça a reportagem completa, que tem trechos históricos da cobertura da Itatiaia na Igreja.
* Esta reportagem especial teve produção e direção de Fernanda Rodrigues e Marina Borges, com apoio de Larissa Ricci e Naice Dias.
* A série especial “BH como eu te vejo” é um oferecimento da Araújo.