Kanye West pode ser preso no Brasil? Ministério Público abre inquérito contra o cantor

Ministério Público de São Paulo vai apurar riscos de propagação de discurso de ódio e apologia ao nazismo durante o show de Kanye West no Brasil

Kanye West desembarca no Brasil neste mês

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um inquérito civil para apurar riscos de propagação de discurso de ódio e apologia ao nazismo durante o show do rapper norte-americano Kanye West, previsto para acontecer no dia 29 de novembro, na capital paulista.

De acordo com o documento, enviado à reportagem da Itatiaia, o artista, conhecido como Ye, pode ser preso em flagrante com base no artigo 20 da Lei nº 7.716/1989, que tipifica crimes resultantes de preconceito racial, religioso ou étnico, se promover, cantar ou divulgar qualquer música que faça alusão ao nazismo.

Entre as preocupações citadas na portaria, está a canção “Heil Hitler”, do álbum “HALLELUJAH”, que inclui trechos de um discurso de Adolf Hitler, e o uso de símbolos nazistas em produtos da marca Yeezy, criada por Kanye.

A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos (Inclusão Social) informou que a medida foi motivada por denúncias de que o artista, que já fez declarações antissemitas em diversas ocasiões, poderia repetir manifestações semelhantes no Brasil.

Além de Kanye West, os produtores brasileiros do show também podem ser responsabilizados caso o artista descumpra regras mencionadas no inquérito do Ministério Público. O rapper desembarca em São Paulo para um show no “Urban Movement Festival 2025”.

Ainda de acordo com o documento, o órgão também expediu ofício à Prefeitura de São Paulo para adotar medidas administrativas que impeçam a realização de manifestações antissemitas durante o festival. O Comando de Policiamento de Choque da PM será acionado para atuar no local, caso seja necessário.

Na portaria, o MP ressalta que a liberdade de expressão “não é absoluta” e que manifestações que promovam discriminação contra judeus configuram crime e violação de direitos humanos. O inquérito busca evitar que o show se torne palco para “discurso de ódio e glorificação do nazismo”.

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André Viana é jornalista, formado pela PUC-MG. Já trabalhou como redator e revisor de textos, produtor de pautas e conteúdos para rádio e TV, social media, além de uma temporada no marketing.

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