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Justiça determina soltura, mas homem que matou sargento Dias em BH deve seguir preso

Decisão não deve ter efeito prático, já que Welbert de Souza Fagundes foi transferido para um hospital psiquiátrico; jovem é réu pelo assassinato do sargento Roger Dias da Cunha, morto com um tiro na cabeça no início de janeiro

Welbert segue preso desde o dia do crime

A Justiça de Minas Gerais revogou, nesta terça-feira (29), a prisão de Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, réu pelo assassinato do sargento Roger Dias da Cunha, morto com um tiro na cabeça no início de janeiro de 2024 em Belo Horizonte. Isso não significa, no entanto, que ele irá deixar o hospital psiquiátrico onde está recolhido desde o início de outubro, já que a decisão de hoje é relacionada a um caso de um crime cometido antes do assassinato do militar (relembre o caso no fim da matéria).

Welbert cometeu pelo menos dois crimes antes do assassinato do sargento Dias. O primeiro, em julho de 2023, quando arrombou um carro no bairro Padre Eustáquio e só foi capturado pelos policiais na orla da Lagoa da Pampulha. O outro foi cometido menos de oito horas antes do assassinato do policial militar, quando roubou um carro e pertences do motorista no bairro Cachoeirinha.

O documento obtido pela Itatiaia é assinado pela juíza Rosângela de Carvalho Monteiro, da 7ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte. Na decisão, a magistrada cita a alegação de insanidade mental feita pela defesa e os pedidos de internação psiquiátrica. “De fato, o delito imputado ao acusado não é daqueles graves, praticados com violência ou grave ameaça”, diz a juíza em relação ao crime cometido antes do assassinato do sargento Dias.

Apesar de revogar a prisão preventiva e determinar a expedição do alvará de soltura de Welbert, o acusado não irá ficar livre, já que deu entrada neste mês no Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, em Barbacena, após o pedido da defesa ser atendido pela Justiça. A decisão, neste caso, é meramente burocrática.

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Sargento baleado

A ‘saidinha’, como é conhecida a saída temporária, ganhou relevância especial depois de um sargento da polícia militar ser baleado no dia 5 de janeiro. O suspeito do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia. Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.

O Sargento Dias passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII - uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na noite do dia 7 de janeiro.

Suspeito estava foragido da ‘saidinha’

Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.

A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.

No dia 11 de janeiro, poucos dias após a morte do sargento Dias, Welbert se tornou réu por um furto qualificado cometido em julho de 2023. Poucas semanas depois, a Justiça aceitou a denúncia e Welbert se tornou réu por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias. Ele segue detido desde a época do crime.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.