Ouvindo...

Tribunal do Júri absolve um e condena três envolvidos em assassinato em barbearia no Centro de BH

Segundo denúncia do Ministério Público, vítima foi morta por dever R$ 4 mil para agiota apontado como mandante do crime; após o homicídio, réus ainda tentaram incriminar inocente

Réus foram levados a júri popular nesta quarta-feira (28)

O Tribunal do Júri de Belo Horizonte condenou, nesta quarta-feira (27), três homens envolvidos na morte de Paulo César Leal Rocha, assassinado a tiros na porta de uma barbearia no Centro da capital mineira em 2022. Um quarto réu foi absolvido.

Em 27 de julho de 2022, os acusados seguiram a vítima a encontraram comendo um churrasquinho na frente do estabelecimento. Segundo a denúncia do Ministério Público, nesse momento, os réus Pablo Henrique Santos e Juan Patrick Martins Correia teriam disparado contra ela.

Juan foi considerado inocente pelo júri popular e foi absolvido da acusação de homicídio qualificado. Pablo foi condenado a 13 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial fechado.

Segundo o MP, o crime foi arquitetado por Rozenildo Gomes Ribeiro, réu condenado a 17 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial fechado, por homicídio qualificado.

Ele atuava na região central de BH e usava comércios como fachada para esconder sua atuação como agiota. A vítima Paulo César Leal Rocha tinha pegado R$ 4 mil emprestado com Rozenildo, mas não estava pagando as parcelas do empréstimo, com os juros correspondentes. Por causa da dívida, o agiota mandou matar Paulo.

Leia também

No dia do crime, Vinícius de Souza Evangelista, o quarto réu julgado, estava vigiando a vítima. Ele estava em um carro estacionado próximo a barbearia quando viu Paulo chegar. Vinícius ligou para Rozenildo avisando que a vítima já estava no local, e o mandante do crime foi até o estabelecimento com os dois atiradores em outro carro.

Criminosos tentaram incriminar inocente

Após o crime, Vinícius se apresentou a polícia, se passando por vítima. Ele contou que Luís Eduardo de Andrade Souza e Silva era quem havia mandado matar a vítima, motivado por um desentendimento em relação a uma conta de energia. A versão também foi dita por Rozenildo.

E razão da versão dos envolvidos, a Polícia instaurou um inquérito contra Luís Eduardo, que era inocente. Ele chegou a ficar um mês preso temporariamente.

Nesta quarta, Vinícius de Souza Evangelista foi condenado a 15 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelos crimes de homicídio qualificado e denúncia caluniosa.

O MP ainda descobriu que Rozenildo decidiu incriminar Luís Eduardo em razão de uma desavença. Luis teria se negado a emprestar dinheiro e a virar sócio do agiota, irritando o criminoso.


Participe dos canais da Itatiaia:

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.