Ouvindo...

Polícia Civil conclui que criança que estava em ‘pele e osso’ morreu por desnutrição extrema

Menino de 7 anos morreu em junho desse ano após sofrer falência múltipla dos órgãos devido a quadro de desnutrição extrema

Criança morreu após chegar na Santa Casa de Lagoa Santa

A Polícia Civil concluiu que a causa da morte de um menino de 7 anos em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi desnutrição extrema. O caso aconteceu no dia 7 de junho deste ano, quando a criança teve falência múltipla dos órgãos.

Na época, a polícia foi acionada à Santa Casa do município após a criança chegar à unidade de saúde morta. A mãe e o padrasto do menino foram presos em flagrantes na época do crime, mas a mulher foi solta.

Apesar do laudo, o inquérito que investiga as circunstâncias da morte da criança continua em andamento. Contudo, conforme vizinhos, o padrasto do menino costumava puni-lo proibindo-o de comer.

Leia também

Conforme informações do Sargento Tavares à Itatiaia, a mãe da criança relatou que a criança vomitou verde por dias, mas que não a levou no hospital porque estava grávida e não poderia cuidar do menino e da gestação. “A médica nos relatou que a criança estava com um quadro bem avançado, mas muito avançado mesmo, de desnutrição. Segundo ela, o menino estava em pele e osso. A mãe nos disse que há algum tempo o filho vinha passando mal e vomitando verde, o que pode ser bílis”, relata o policial.

Vizinha ajudava família com comida e roupas

A Polícia Militar apurou que o casal é do Ceará e veio para Minas Gerais em busca de uma vida melhor. Com o casal, viviam quatro crianças, sendo três filhos da mulher e um recém-nascido filho do casal. As crianças foram entregues ao Conselho Tutelar.

Em entrevista à Itatiaia, uma vizinha do casal relatou que a família realmente enfrentava dificuldades e ela oferecia vários tipos de ajuda, como comida, fraldas e roupas. Recentemente, ela recebeu o menino em casa e se assustou não só com o estado de saúde dele, mas também com o que ele disse.

Eles foram ao hospital e ele veio para minha casa no horário do almoço. Eu dei comida e ele comeu muito, tava muito magrinho, debilitado. Andava com dificuldade, falava embolado e muito baixinho. Ele tinha medo de comer, falava que se comesse demais poderia vomitar e ficar de castigo por isso. Eu cheguei a conversar com o pai dele para que o menino fosse levado ao hospital, mas o padrasto disse que a criança estava assim por causa de alergias.


Participe dos canais da Itatiaia:

Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento