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Tribunal do Júri inocenta último membro Galoucura acusado de tentar matar cruzeirense

Daniel Tavares de Sousa foi absolvido; outros quatro atleticanos envolvidos no crime já haviam sido julgados e condenados

O julgamento de Daniel Tavares de Sousa aconteceu nesta quarta-feira (10)

O Tribunal do Júri inocentou o último membro da Galoucura, torcida organizada do Atlético-MG, a ser julgado pela tentativa de homicídio do cruzeirense Clóvis Schuartz Henriques de Souza Neves, em 2018. Os outros quatro atleticanos envolvidos no crime foram condenados (veja detalhes das sentenças abaixo).

Daniel Tavares de Sousa era acusado pelo crimes de homicídio qualificado tentado, com os agravantes de motivo fútil, meio cruel e recurso de dificulta a defesa da vítima, e promoção de tumulto. Ele foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais e foi a júri popular nesta quarta-feira (10). Os jurados consideraram o réu inocente e o absolveram.

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Relembre o crime

Em 4 de março de 2018, o grupo atacou a vitima entre a avenida Amazonas e a rua Cura D’Ars, no Centro de Belo Horizonte. O confronto aconteceu após um jogo entre Cruzeiro e Atlético-MG. Na ocasião, os membros da Galoucura, com a ajuda de terceiros, agrediram Clóvis com chutes, socos e pauladas. Apesar dos ferimentos, a vítima sobreviveu.

Clóvis era integrante da Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro e tradicional rival da Galoucura. Segundo o MP, o confronto entre as torcidas já era anunciado. No mesmo dia, a Polícia Militar chegou a ser acionada para ir até a Avenida Francisco Sales, onde integrantes da Galoucura estariam causando tumulto.

O Ministério Público afirma que o crime foi cometido por motivo fútil, já que aconteceu pelo “simples fato da vítima ser torcedora do Cruzeiro Esporte Clube, time rival ao dos denunciados”. A denúncia relata que os réus golpearam a vítima, de forma sucessiva e violenta, com pedaços de madeira e chutes. O MP acredita que o ato impôs um sofrimento físico e mental intenso e desnecessário, circunstâncias que caracterizam que o crime foi cometido por meio cruel.

Consta da denúncia, ainda, que a tentativa de homicídio foi praticada mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que ela estava desarmada e sozinha, e não conseguiu se defender das agressões. Por fim, o MP também diz que os denunciados se reuniram com objetivo de cometer crimes violentos.

Outros quatro membros da Galoucura foram condenados pelo crime

Além de Daniel, o Ministério Público também ofereceu denúncia contra Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o “Vinicin”, Diego Felipe de Jesus, o “Feijão”, Alan Betti Cardoso e Renato Concórdia da Silva, o “Renato Pretão” ou “Bilico”. Os quatro foram julgados e considerados culpados.

Diego Felipe de Jesus

  • Julgamento: 30 de março de 2023
  • Acusado pelo crime de homicídio tentado - pena de 10 anos de reclusão
  • Acusado pelo crime de promoção de tumulto ou incitação à violência - pena de 1 ano de reclusão
Marcos Vinícius Oliveira de Melo
  • Julgamento: 31 de março de 2023
  • Acusado pelo crime de promoção de tumulto ou incitação à violência - pena de 1 ano de reclusão
  • Acusado pelo crime de lesão corporal leve - pena de 4 meses de detenção
Renato Concórdia da Silva
  • Julgamento: 1 de fevereiro de 2023
  • Acusado pelo crime de lesão corporal - pena de 3 meses de detenção
  • Acusado pelo crime de promoção de tumulto ou incitação à violência - pena de 1 ano de reclusão
Alan Betti Cardoso
  • Julgamento: 13 de outubro de 2020
  • Acusado pelo crime de lesão corporal leve - pena de 5 meses de detenção
  • Acusado pelo crime de promoção de tumulto ou incitação à violência - pena de 1 ano e 4 meses de reclusão

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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.