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Amigo de mulher trans achada morta em BH diz que ela queria voltar da Itália para morar no Brasil

O amigo contou que Gabriela da Silva Borges era uma pessoa tranquila e batalhadora; corpo da vítima continua no IML

Apartamento fica na rua Guapé, 189, no bairro Santo André

“A saudade já bate, estamos abaladíssimos com tudo isso”. Foi isso que disse um amigo de Gabriella da Silva Borges, de 50 anos, encontrada morta em avançado estado de decomposição em um apartamento no Bairro Santo André, região Noroeste de BH. Na manhã desta sexta-feira (28), o corpo da mulher trans continuava no Instituto Médico Legal (IML) aguardando a retirada por familiares, conforme informou a Polícia Civil.

“Estou em choque. Gabriela Borges estava sempre em minha presença, sempre aqui em casa. Às vezes, imagino que ela tocará minha campainha e, ao entrar, indaga: tem comida pronta? Mesmo se não tivesse, eu logo iria providenciar”, declarou à Itatiaia um amigo, que preferiu não se identificar.

No registro policial, ele relatou que ela mora na Itália e passava as férias no Brasil, pois tem parentes que residem no país. Segundo o mesmo, ela chegou há 15 dias.

O amigo ainda classificou Gabriela como uma pessoa tranquila e batalhadora. “Ela estava trabalhando um futuro para ficar mais tranquila. Me falava que, mesmo casada no exterior, ela queria voltar para inverter as coisas: vir morar no Brasil e passar férias na Europa”, acrescentou.

Ele ainda contou que Gabriela é uma pessoa muito católica e, quando vinha ao Brasil, costumava visitar Aparecida do Norte. “Ela era devota de Nossa Senhora Aparecida”, disse.

O que aconteceu

Conforme o boletim de ocorrência a que a reportagem teve acesso, na última quarta-feira (26), um vizinho, que percebeu o sumiço de Gabriella da Silva Borges, chamou a polícia após sentir um forte odor vindo do apartamento dela. Aos militares, o subsíndico do condomínio relatou “que havia dias que não via e não encontrava” com ela e que o veículo Jeep Renegade não estava na vaga de estacionamento.

Ao entrar no imóvel, os policiais a encontraram “deitada em sua cama no quarto com um ‘cobertor’ enrolado em seu corpo, aparentemente sem vida.” A perícia da Polícia Civil confirmou o óbito.

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Conforme o relato de um amigo à polícia, o celular que pertence à vítima não se encontrava com a mesma. Ainda disseram que “havia indivíduos de posse desse referido aparelho celular e estava acessando as redes sociais e respondendo mensagem via aplicativo de WhatsApp”.

O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette, onde foi submetido a exames e identificação. PC ainda informou que instaurou um inquérito para apurar o homicídio. “Em momento oportuno, outras informações poderão ser divulgadas”, disse.


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Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.