O ex-policial civil Rodrigo César Costa Barbosa, suspeito de esfaquear e atear fogo no delegado aposentado Hudson Maldonado Gama enquanto ele ainda estava vivo, disse aos investigadores que ‘não queria matar’ o ex-delegado. Rodrigo foi preso nesta sexta-feira (24) após se entregar na Delegacia de Homicídios de Sete Lagoas, na região Central de Minas, onde o crime foi cometido (relembre o caso no fim da matéria).
A informação foi revelada pela delegada Fernanda Mara de Assis Costa durante coletiva de imprensa nesta tarde. Segundo ela,
Apesar de ter chegado na casa do delegado com uma faca e gasolina, Rodrigo disse aos investigadores que não tinha a intenção de matá-lo: ‘Na verdade ele queria agredir a vítima. Porém, tomado pela emoção, ele acabou usando muito combustível. Isso são declarações dele’, disse a delegada. Fernanda explica também que Rodrigo havia deixado a gasolina em um lote vago ao lado da casa do delegado, dois dias antes. A justificativa dele para a presença do combustível foi a de que ele poderia usá-lo para ameaçar os moradores e, assim, conseguir entrar na casa.
A delegada explicou que ainda não é possível afirmar que Hudson foi esfaqueado, já que o corpo foi completamente carbonizado. Esse detalhe só será revelado por meio dos exames periciais. Segundo Fernanda, o ex-policial demonstrou arrependimento.
Rodrigo deve ser indiciado por homicídio triplamente qualificado (‘por motivo torpe’, ‘emprego de fogo’ e ‘mediante recurso que dificulte a defesa da vítima’). Agora, os investigadores devem ouvir testemunhas e pessoas próximas dos envolvidos para apurar mais detalhes do caso.
O crime
De acordo com o registro, o homem chegou na residência, que fica na avenida Irmã Flávia, no bairro CDI II, dizendo que ia fazer uma entrega. “Por volta das 11 horas, um indivíduo interfonou apresentando-se como entregador da farmácia e que teria uma encomenda para o dr. Hudson, que relutou a abrir o portão”, disse o boletim.
A cuidadora contou à polícia que, ao atender, foi ameaçada com os seguintes dizeres: “abre aqui se não vou te matar”. Com medo, ela abriu o portão. Depois, o autor ainda acrescentou: “meu problema não é com você, sai daqui,
Hudson estava com a saúde debilitada em função de um AVC, que teve há seis meses, por isso não conseguiu sair e morreu carbonizado.
A perícia e uma equipe de policiais compareceram ao local para identificar e coletar vestígios. “O corpo da vítima foi encaminhado ao Posto Médico-Legal (IML) do município, onde passou por exame de necropsia e, em seguida, foi liberado aos familiares”, disse a PC.