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Polícia apreende celular de suspeito de matar PM em ‘saidinha’, que postou vídeo de dentro da cadeia

Welbert Souza Fagundes, de 25 anos, é apontado como o autor do assassinato do sargento Roger Dias, em janeiro deste ano

Celular foi encontrado no presídio Nelson Hungria, em Contagem

Foi apreendido, na manhã desta terça-feira (14), o celular que teria sido usado pelo homem acusado de matar o sargento da Polícia Militar, Roger Dias, para publicar um vídeo nas redes sociais de dentro do presídio Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Na tarde dessa segunda-feira (13), Welbert Souza Fagundes, de 25 anos, postou um vídeo de si mesmo ouvindo um pagode romântico e fumando um cigarro. As imagens foram enviadas à Itatiaia por fontes da reportagem.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) já havia informado que faria uma revista minuciosa no local. “Desde ontem, nós desencadeamos uma operação na unidade objetivando localizar esse aparelho. Esse aparelho foi encontrado há pouco na parte externa do Pavilhão. Essa é considerada uma falta grave conforme a lei de Execuções Penais. Ele já se encontra no isolamento preventivo por 10 dias e, agora, vai para o poder judiciário para ratificar essa falta grave e ele tem essas consequências legais no seu atestado de pena”, disse à Itatiaia o diretor-geral do departamento penitenciário Leonardo Badaró.

Ida à unidade de saúde

Há menos de 15 dias, o detento deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Contagem duas vezes em menos de 24 horas.

Na noite do dia 30 de abril, Welbert foi encontrado ferido dentro da cela. Ele afirma que se machucou propositalmente para protestar contra os maus-tratos que estaria recebendo na unidade prisional. No dia seguinte, 1° de maio, ele botou fogo no colchão da cela da enfermaria do presídio e foi novamente levado para ser atendido na UPA.

Logo depois dos episódios, a defesa de Welbert pediu para que a sanidade mental do réu seja analisada por uma perícia do Tribunal da Justiça, alegando que ele estaria ouvindo vozes. Ainda não há data marcada para essa perícia acontecer.

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Relembre o caso

A saidinha’, como é conhecida a saída temporária, ganhou relevância especial depois de um sargento da polícia militar ser baleado no dia 5 de janeiro. O suspeito do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia. Welbert de Souza Fagundes é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.

O Sargento Dias passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII - uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na noite do dia 7 de janeiro.

Suspeito estava foragido da ‘saidinha’

Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.

A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.

No dia 11 de janeiro, poucos dias após a morte do sargento Dias, Welbert se tornou réu por um furto qualificado cometido em julho de 2023. Poucas semanas depois, a Justiça aceitou a denúncia e Welbert se tornou réu por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias. Ele segue detido desde a época do crime.

*Com informações de Fernanda Rodrigues e Célio Ribeiro

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Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.