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‘A hora dele vai chegar’, diz delegado sobre líder do Comando Vermelho que continua foragido

Edgar Alves de Andrade, também conhecido como Doca ou Urso, tem cerca de 260 anotações criminais e mais de 100 mandados de prisão em aberto

Edgar Alves Andrade é apontado pela Polícia Civil como um dos integrantes da cúpula do Comando Vermelho (CV)

Em coletiva realizada nesta quinta-feira (31), o secretário de Estado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, afirmou que a prisão de Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou ‘Urso’, apontado como um dos principais chefes do Comando Vermelho (CV), é “questão de tempo”.

“Prender o Doca é questão de tempo. Demos um baque no Comando Vermelho, e a hora dele vai chegar”, declarou o delegado.

De acordo com a Polícia Civil, Doca possui cerca de 260 anotações criminais e mais de 100 mandados de prisão em aberto, sendo 15 e 20 apenas neste ano, expedidos por diversas delegacias do estado.

Após a operação realizada na última terça-feira (28), nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital fluminense, autoridades das forças de segurança afirmam que a ação foi bem sucedida.

Governador do Rio de Janeiro desde 2012, Cláudio Castro (PL) classificou a operação como “um sucesso” e afirmou que o crime organizado representa o maior problema do Brasil.

A operação teve como objetivo cumprir cerca de 100 mandados de prisão de membros do Comando Vermelho. Ela é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, com 120 mortos, 91 fuzis apreendidos e 113 pessoas presas.

Apesar disso, Doca da Penha, chefe da facção, e outros dois integrantes da alta cúpula do Comando Vermelho seguem foragidos.

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Quem é Doca?

O governo do Estado oferece recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à prisão de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso. Atualmente, ele tem 20 mandados de prisão em aberto e é considerado um dos principais chefes do Comando Vermelho.

Doca é investigado por mais de 100 homicídios, entre eles, o de três médicos que morreram na Barra da Tijuca, em outubro de 2023. Na época, as investigações apontaram que um dos médicos foi confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio, rival do CV.

Entre as vítimas estava Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL).

Os executores dos médicos também foram encontrados mortos, após serem condenados pelo chamado “tribunal do tráfico”. A polícia acredita que o chefe da facção criminosa não teria gostado da repercussão do caso, já que os médicos acabaram mortos por engano.

Doca também é investigado por mandar matar traficantes envolvidos na execução de três crianças de 9, 11 e 12 anos, em 2021, na comunidade do Castelar, em Belford Roxo (RJ). Os meninos teriam “furtado passarinhos” na comunidade e posteriormente foram capturados, sendo executados por traficantes.

Também devido à repercussão do caso, os responsáveis foram mortos pelo “tribunal do crime”. Os corpos dos traficantes não foram encontrados, assim como o das crianças.

“Essa facção é a mesma que já torturou e matou jornalista, matou uma menina porque não quis namorar um traficante, matou um menino na Nova Holanda e incentiva roubos de carros e cargas no Rio de Janeiro”, afirmou à época Ronaldo Oliveira, então subsecretário de Planejamento Operacional da Polícia Civil.

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Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.