Ouvindo...

Aviões de pequeno porte são mais suscetíveis a acidentes, explica especialista

A queda de um monomotor da Polícia Federal, no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, nessa quarta-feira (6), é mais um exemplo de uma tragédia desse tipo

PF faz perícia em local onde avião caiu, na Pampulha

Aviões de pequeno porte estão mais suscetíveis a acidentes a aereos, conforme explicou Eduardo Bauzer, professor de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A queda de um monomotor da Polícia Federal, do modelo Cessna 208 Caravan, no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, nessa quarta-feira (6), é mais um exemplo de uma tragédia desse tipo.

O acidente matou duas pessoas carbonizadas. Uma terceira vítima foi resgatada com vida e encaminhada ao Hospital João XXIII, em BH, onde está entubada.

O especialista também explicou à Itatiaia, porque a queda de aeronaves causam incêndio ou grandes explosões. Confira!

Leia também

Por que aeronaves de pequeno porte são mais propensas a quedas?

O Peso Máximo de Decolagem (MTOW) é o principal fator que define a classificação de uma aeronave de pequeno porte segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), mas a configuração de assentos também é importante. O limite é de 5.670 kg e 19 assentos.

Segundo o professor de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eduardo Bauzer, esse tipo de aeronave está mais propensa à queda devido, principalmente, às condições de operação.

“O tipo de operação é mais arriscado, os aeroportos são menos preparados para atender essas aeronaves, as condições de mau tempo muitas vezes não são bem avaliadas pela falta de experiência da tripulação” disse o professor em entrevista à Itatiaia.

“Essas aeronaves (de pequeno porte) são pilotadas, normalmente, por pilotos com menor experiência e que, portanto, têm menor condição de anteceder determinadas dificuldades e tomar as decisões corretas”, disse, em entrevista à Itatiaia.

As causas do acidente no Aeroporto da Pampulha estão sendo investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira, juntamente com a Polícia Federal.

Explosão

Os agentes da PF, Guilherme de Almeida Irber e José Moares Neto, morreram carbonizados no acidente. Walter Luís Martins, mecânico de uma empresa terceirizada foi socorrido e se encontra entubado.

O avião ficou, com exceção da cauda, totalmente destruído. O Corpo de Bombeiros teve que conter o fogo na pista do Aeroporto da Pampulha.

De acordo com o professor , o incêndio causado pela queda de uma aeronave está associado ao combustível, que é uma substância inflamável.

“As aeronaves podem se incendiar ao colidir com o solo, porque os tanques de combustível podem se romper e ocorrer um vazamento descontrolado de combustível para diversas partes da aeronave, incluindo aquelas que estão com temperatura mais alta provocando o incêndio descontrolado”, explica Eduardo Bauzer.

“Além disso, ao colidir com solo outros eventos podem ocorrer, como a geração de fagulhas falha no sistema elétrico e outras coisas dessa natureza. Mas, principalmente, o vazamento descontrolado de combustível é que provoca o incêndio”, completa.

Participe do canal da Itatiaia no Whatsapp e receba as principais notícias do dia direto no seu celular. Clique aqui e se inscreva.

Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.
Mineiro de Urucânia, na Zona da Mata. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2024), mesma instituição onde diplomou-se jornalista (2013). Na Itatiaia desde 2016, faz reportagens diversas, com destaque para Política e Cidades. Comanda o PodTudo, programa de debate aos domingos à noite na Itatiaia.