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Caso Jéssica: Choquei e outras páginas não têm responsabilidade pelo suicídio, diz polícia

Investigação sobre o caso foi concluída e somente uma pessoa será indiciada por instigar o autoextermínio da jovem mineira de 22 anos

Proprietário do perfil Choquei, Raphael Souza prestou depoimento sobre o caso da morte de Jéssica

Choquei e outras páginas de fofoca não foram apontadas como responsáveis pelo suicídio da mineira Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta quarta-feira (6), as investigações sobre o caso da jovem, apontando uma jovem de 18 anos como responsável por instigar o autoextermínio.

Em coletiva de imprensa, foi confirmado pelo delegado do caso, Felipe Oliveira, Jessica forjou os prints sobre o caso e criou contas falsas para entrar em contato com as páginas de fofoca, como a Choquei, que replicaram o conteúdo sem apurar a veracidade. A jovem era mineira de Araguari, no Triângulo Mineiro, e passou a receber ameaças e mensagens com incentivos para tirar a própria vida.

“As páginas de fofoca não têm envolvimento direto no crime de instigação ao suicídio. A participação indireta de não checar aquela notícia que chegou até elas já entra no âmbito de uma eventual obrigação de verificar a veracidade da notícia, até para prevenir consequências. Isso não é do nosso inquérito”, definiu o delegado após a conclusão da ação da PCMG.

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“Durante toda essa investigação a gente conseguiu identificar uma pessoa que diretamente instigou ela, através do direct [do Instagram] a cometer suicídio”, revelou o delegado. “Essa mensagem foi enviada no dia 19, ela viu a mensagem e nós identificamos essa pessoa que enviou. Foi uma jovem de 18 anos que é da cidade do Rio das Ostras, do Rio de Janeiro”, informou sobre a indiciada.

Oliveira relatou que a investigação buscava responsáveis por instigar o autoextermínio de Jéssica, que ocorreu em dezembro de 2023. “No direito brasileiro, só é punido a título de dolo, ou seja, a pessoa tem que ter desejado que a pessoa cometesse suicídio. [...] A única pessoa que teria feito isso de forma dolosa foi essa jovem do Rio de Janeiro, que acabou sendo indiciada”, detalhou.

“Nenhuma das páginas divulgou a notícia com o intuito de levar Jéssica a cometer suicídio. [...] Não havia dolo com intenção de levar ela a cometer esse ato”, acrescentou. O delegado destacou que a responsabilidade civil de quem gerencia as páginas é de “outra seara que não cabe à Polícia Civil apurar, nem imputar”. No entanto, Oliveira não apontou a quem caberia este processo.

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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.


Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.