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Caso Ana Luiza: suspeito já foi indiciado por estuprar menina de 12 anos em 2021

Jovem teria participado de abuso sexual contra menor de idade que conheceu nas redes sociais; suspeito de envolvimento na morte da menina em BH vai passar por audiência de custódia nesta quinta (18)

Suspeito de envolvimento na morte de Ana Luiza tem várias passagens por outros crimes, incluindo estupro de vulnerável

O jovem de 25 suspeito de envolvimento na morte da menina Ana Luiza, encontrada morta na última terça-feira (16) em Belo Horizonte, já foi indiciado por estupro de vulnerável. O investigado vai passar por audiência de custódia nesta quinta (18), dia seguinte ao sepultamento da criança.

A Itatiaia apurou que, em novembro de 2021, o suspeito e um familiar foram acusados de abusar sexualmente de duas meninas de 12 anos que teriam conhecido pela internet. As vítimas chegaram a alegar para os policiais que as relações foram consensuais, o que não é reconhecido pela Justiça devido a suas idades (menores de 14 anos).

Já o suspeito e o familiar informaram que as meninas não informaram suas idades na conversa e que elas teriam convidado os dois jovens para a casa delas. Eles não disseram aos policiais sobre relações sexuais.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi investigado e o jovem foi indiciado por estupro de vulnerável seis dias depois. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que o caso tramita em segredo de Justiça (procedimento comum em casos de abuso sexual) e, por isso, não é possível passar detalhes sobre o andamento do processo.

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A versão do suspeito

O suspeito contou à polícia que estava no campo de futebol do bairro Nazaré e que encontrou com Ana Luiza. Segundo ele, a menina estava inalando loló. Ele disse que ela pediu água, pois estava passando mal, e que ele a convidou para ir até a sua casa.

Ainda de acordo com o homem, quando chegaram ao local, ela continuou usando a droga. Em determinado momento, ela começou a passar muito mal e ficou com falta de ar. Ele relata que foi para fora da casa com ela e que foi ele quem acionou o Samu. Ainda conforme o BO, ele disse que uma pessoa que passava pelo local ajudou a menina, fazendo massagem cardíaca até a chegada do socorro. Ele ainda disse que não conhecia a vítima.

Boletim desmente versão

O registro policial, no entanto, não corrobora a versão do suspeito. “Inicialmente, é possível verificar que o relato do autor não condiz com que foi gravado nas imagens das câmeras de segurança”, descreve o boletim. A menina foi deixada por ele na rua, sem socorro. “Também cabe acrescentar que o autor retirou a vítima aparentemente desacordada de dentro de sua residência, alterando o local de crime.”

O médico do Samu relatou aos policiais que foi possível verificar, durante o atendimento médico, que a vítima já estava com o queixo rígido. Segundo o boletim, isso significa que “a morte da menina ocorreu muito tempo antes da ligação para o Samu”.

Com isso, foi dada voz de prisão ao homem pelo crime de homicídio. Ainda segundo registro policial, não foi encontrado nenhum frasco contendo a droga “loló". A perícia localizou resquícios de frascos de outros entorpecentes, além de um preservativo usado, que foi recolhido pela equipe da perícia.

Ele já tem passagem tem passagens por tráfico de drogas, furto e estupro de vulnerável. Em entrevista à Itatiaia, um familiar da vítima lamentou o ocorrido. “Esse rapaz deveria estar preso, cumprindo pena”, disse. “Não sei o que estava fazendo na rua, porque já tinha passagens por esse tipo de situação”, completou.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato o Tribunal de Justiça e a Secretaria de Segurança do Estado, e aguarda posicionamento.

Homicídio qualificado

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, por meio de nota, que efetivou a prisão em flagrante do suspeito. “Ele foi ouvido e autuado, a princípio, pelo crime de homicídio qualificado”, disse. O suspeito ficou à disposição da Justiça para as medidas legais cabíveis.

“A perícia oficial foi deslocada, onde foram realizados os primeiros levantamentos e a coleta de vestígios. O corpo da adolescente foi encaminhado ao IML para ser submetido ao exame de necropsia. As investigações prosseguem a cargo do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para a completa elucidação do caso e nenhuma linha investigativa é descartada”, acrescentou.

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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo