O réu Paulo Henrique da Rocha,
Em resposta ao recurso da defesa, a desembargadora Kárin Emmerich anulou o primeiro julgamento, realizado em 23 de março deste ano. A magistrada concordou com os argumentos apresentados e entendeu que o júri não considerou o laudo que atesta a semi-imputabilidade do autor. O laudo mostra que o réu tem um transtorno de personalidade e que a condição faz com que não compreenda totalmente o crime praticado.
Na decisão, emitida em junho deste ano, a desembargadora cassou a decisão do tribunal júri e determinou que o réu deveria ser submetido a um novo julgamento. A sessão acontecerá nesta quinta-feira (14), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
Relembre o caso
Em 29 de julho de 2019, a fisiculturista Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44 anos, e o filho dela Gabriel Peres, de 25 anos, foram mortos enquanto saíam de uma academia na Av. Bernardo Vasconcellos, no bairro Ipiranga, região Nordeste de Belo Horizonte.
O crime aconteceu por volta das 21h50. Uma câmera de monitoramento flagrou o momento em que uma pessoa abordou os dois, por trás, e efetuou os disparos.
O principal suspeito, Paulo Henrique da Rocha, foi preso em 31 de julho de 2019. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, ele é acusado de feminicídio com agravante de crime cometido por motivo torpe e sem chance de defesa para as vítimas.
Segundo a denúncia, o réu mantinha um relacionamento conturbado com a vítima, “marcado por inúmeras ameaças, humilhações e agressões”. De acordo com o Ministério Público, Paulo tinha um ciúmes doentio da ex-companheira com o próprio filho. Ele chegou a acusá-lo de manter relações sexuais com a mãe.
Cansada das humilhações e ameaças, Tereza terminou o relacionamento. Mas Paulo não aceitou a separação e começou a assediar e ameaçar Tereza e seu filho Gabriel. Várias medidas protetivas de urgência foram expedidas para proteger as vítimas.