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‘Eu me sinto sem chão’, diz irmão de homem esfaqueado em padaria de Contagem

Ele falou ainda que vítima passou por cirurgia e está bem

Momento em que suspeito inicia agressões em padaria de Contagem, na Grande BH

João Maria Rolim, irmão de Dirceu Lopes Maria Rolim, de 57 anos, esfaqueado dentro de uma padaria, no bairro Industrial, em Contagem, na Grande BH, disse à Itatiaia nesta segunda-feira (18) que ficou sabendo do crime por meio da imprensa e que esteve com ele no sábado (16).

“Eu me sinto sem chão, né? Porque nós estávamos aqui, aí vai acontecer um negócio desse com ele... eu estou até bobo (...). Eu estou vendo os caras falando de uma facada ali... que sacanagem...”.

João Maria Rolim disse ainda que ficou revoltado com o que aconteceu com o irmão.

“Claro que você fica revoltado também (...). A gente torce realmente [para a recuperação dele], porque ele não fez nada de mal para ninguém”.

João Maria falou à reportagem da Itatiaia que o irmão passou por cirurgia e se recupera bem.

A motivação do crime, registrado por uma câmera de segurança do estabelecimento, ainda não foi esclarecida, visto que os envolvidos não parecem interagir até o momento das agressões.

Esfaqueou e foi almoçar

O suspeito, identificado como Luiz Augusto, de 50 anos, mostrou frieza ao falar do crime em entrevista à Itatiaia. Ele disse não estar arrependido da agressão.

“Vou pagar a cadeia lá. Tem que pagar. O que eu fiz eu tô errado? Todo errado? Tô desgraçado? Tem que pagar. Pronto e acabou. É isso aí”, afirmou o homem.

“Quando ele chegou perto de mim eu já fiquei nervoso com ele. Hoje eu não levantei legal. Foi aquele dia. Deu ruim pra mim”, acrescentou.

Segundo ele, a posse da faca se dá “pelo mundo do jeito que está”. Ele revelou que não conhecia a vítima e que a hemodiálise o tem deixado muito nervoso. Além disso, revelou que “foi almoçar” após o crime.

“Eu não fugi. A menina me mandou embora e eu fui almoçar, né? Tava com fome. Almocei normal. Isso acontece,” afirmou, dizendo ainda que “Deus é preguiçoso” por ainda “não o ter levado”, ressaltando que queria morrer e não mostrando remorso pela vítima, afinal, “todos irão morrer”.

Frieza espantou policiais

A Itatiaia conversou com o sargento Ícaro Lúcio Arcanjo Lima, da Polícia Militar (PM), e ele revelou que, acionada, a guarnição prestou os primeiros socorros à vítima ainda na padaria. Em seguida, passaram a realizar o rastreamento do suspeito, que deixou o local após o crime.

O homem rapidamente foi encontrado e, ao ser abordado, não resistiu à prisão, confessando o crime.

“Segundo ele, ele se sentiu ofendido porque a vítima falou com ele que ‘era fácil bater nele porque ele já estava morto’, porque ele usa um catéter para realização de hemodiálise. Ele se sentiu ofendido com isso, empurrou a vítima e ela caiu, e antes que a ela se levantasse, ele desferiu duas facadas no abdômen da vítima”, relatou.

O sargento ressaltou que as imagens mostram apenas Dirceu chegando perto dele e sendo empurrado, já de costas. Além disso, apontou que não é possível confirmar a versão do autor, porque as câmeras não tem áudio. A faca utilizada no crime não foi encontrada.

Além disso, o policial ressaltou que a frieza do homem ao confessar a ação chamou a atenção dos militares.

Luiz Augusto não tinha passagens pela polícia e é conhecido na região por ser um prestador de serviços gerais. O fato, inclusive, teria causado estranheza na região. Além disso, testemunhas disseram que a agressão foi gratuita e que não houve interação entre os envolvidos. O autor teria sido um usuário de drogas no passado.

“A irmã falou que no passado ele já usou droga, mas que devido a um infarto que já teve e a hemodiálise que faz, parou. E por causa dessa abstinência ele costuma surtar”, informou o sargento Ícaro.

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Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.