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Porsche a 250 km/h: especialista alerta para aumento de acidentes após retirada de radares

Nas últimas semanas, a Prefeitura de BH retirou 43 equipamentos das ruas da capital

Acidente com Porsche na av. Barão Homem de Melo

Um homem morreu após ser arremessado de um Porsche, que capotou e bateu em uma árvore na Avenida Barão Homem de Melo, região oeste de Belo Horizonte, na madrugada desta segunda-feira (11).

No momento do acidente, o veículo estava a 250 km/h, mais de quatro vezes acima da velocidade máxima permitida na via - de 60 hm/h. A 300 metros do local do acidente, havia um radar até pouco tempo.

Nas últimas semanas, a Prefeitura de BH retirou esse e outros 42 equipamentos das ruas da capital mineira após o fim do contrato entre o município e a empresa proprietária dos equipamentos.

Em nota, a prefeitura informou que novos equipamentos serão instalados nos mesmos locais em breve. Conforme a PBH, a capital tem 408 locais com fiscalização eletrônica.

Por que a retirada dos radares aumenta o número de acidentes?

De acordo com a especialista em trânsito, Roberta Torres, os radares funcionam para inibir as infrações por excesso de velocidade. “Infelizmente é uma cultura geral do ser humano se preocupar em respeitar a regra a partir do momento em que está sendo fiscalizado. Então, querendo ou não, o radar é uma forma de inibição da infração”, afirma.

Mesmo que as pessoas não respeitem a regra em todas as vias, Roberta explica que os radares são colocado nos locais mais perigosos justamente para evitar acidentes. “O radar acaba mudando o comportamento apenas naquele local em que está colocado, mas já é alguma coisa. Especialmente nos trechos que são mais perigosos”, comenta.

Excesso de velocidade

A especialista comenta sobre o fim dos contratos dos radares, mas chama atenção para o comportamento de risco do motorista da Porsche. “Infelizmente é uma perda o fim dos contratos. Mas acidentes como esse não tem uma explicação plausível. Nada justifica uma velocidade tão alta”, diz.

Roberta ainda comenta o que pode ter motivado o excesso de velocidade.

“Algumas pessoas são extremamente imprudentes e irresponsáveis. Elas conduzem o carro de uma maneira completamente insegura. Em alguns casos específicos, quando acontece um acidente com morte, a gente vê que a pessoa já está com a condição legal completamente deteriorada. Ou seja, com a carteira suspensa, caçada, às vezes com a carteira vencida e até sem habilitação. São pessoas que de fato não dão conta de conviver com as regras com as normas da sociedade”, opina.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.