Ouvindo...

Vídeo: bairro de Santa Rita Durão, em Mariana, seria o primeiro atingido com rompimento em mina

Itatiaia foi até o bairro do Campinho; mancha de inundação coloca a localidade como primeiro local habitado atingido

Bairro do Campo é o primeiro da mancha de inundação

A interdição da mina de Fábrica Nova, relevada na segunda (13) pela Itatiaia, deixou apreensiva a população de Santa Rita Durão, distrito de Mariana que fica bem perto da operação da Vale e seria atingido no caso de um rompimento. A situação é mais tensa para os moradores de um pequeno bairro, que seria o primeiro a receber os estéreis de minério caso a estrutura se rompa.

O bairro do Campo (ou Campinho) fica um pouco mais afastado do Centro da Cidade. Para chegar nele, é preciso passar pela bela Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré e pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário, um templo religioso centenário e não muito conservado, que quase “marca” a entrada do bairro.

No bairro simples, moram cerca de 200 pessoas. As casas são humildes, muitas delas sem acabamento ou ainda em construção. As ruas são estreitas e, em muitos momentos, é preciso “negociar” com o motorista que vem em sentido contrário para poder passar. O bairro se forma em torno do campo de lazer, onde boa parte dos moradores se encontram para os momentos de descontração.

A Agência Nacional de Mineração interditou três pilhas de estéreis da Mina de Fábrica Nova após a Vale relatar instabilidade nas estruturas, conforme revelou a Itatiaia. A mineradora deve ser multada. A reportagem procurou a Vale, que ainda não respondeu aos questionamentos.

Campinho

No bairro, assim como em boa parte do distrito, a maior parte dos moradores trabalha para a Vale ou para empresas terceirizadas pela mineradora. Por isso, muitas evitam falar sobre o assunto e, principalmente, dar entrevistas. Essa constatação sobre o mercado de emprego na região é confirmada por Jean Roberto da Costa Júnior, presidente da Associação de Moradores de Santa Rita Durão.

“Santa Rita vive em torno da mineração há 40 anos. Antigamente era a Belgo, hoje é Vale e Samarco. Antes disso, era o carvão. Se não fosse isso, o desemprego seria enorme.”

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.