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Apostador que ficou fora do bolão tem duas derrotas na Justiça e pode ter que pagar R$ 30 mil

Juíza de Passos (MG) negou bloqueio do prêmio de R$ 22 milhões e disse que empresário não tem direito ao valor; homem gravou vídeo comemorando prêmio que não ganhou

Empresário chegou a gravar vídeo comemorando prêmio que não ganhou

O apostador que ficou de fora de um bolão de policiais mineiros que faturou R$ 22 milhões na Quina entrou com uma ação na Justiça para tentar receber parte do prêmio. Porém, em menos de uma semana, o morador de Passos, no Sul de Minas, já teve duas derrotas no processo e pode acabar sendo condenado a pagar mais de R$ 30 mil.

O empresário Robson Martins Rodrigues, de 38 anos, entrou com o processo na 2ª Vara Cível de Passos pedindo que o prêmio de R$ 22 milhões fosse bloqueado com urgência “até a solução da controvérsia”. O empresário argumenta ter direito a uma parte do prêmio, já que fazia parte do grupo de bolão desde 2019 e, segundo ele, havia um acordo para que ele sempre fosse colocado nas apostas, mesmo que não fizesse o pagamento da cota na hora: “posteriormente, acertaria o valor devido”, afirma o empresário na ação.

A juíza Aline Martins Stoianov negou o pedido do empresário na última quarta (20), que não teria direito ao prêmio: “habitualmente, os jogos de apostas são efetuados mediante pagamento prévio [...]. Embora o autor assevere que mantém combinada a possibilidade que o valor seja posteriormente acertado e esta dinâmica seja habitual, a prova apresentada não é suficiente”.

A prova em questão é uma planilha do bolão da Quina. No documento, aparecem 40 participantes. O nome do empresário aparece em separado, mostrando um débito de R$ 30,00 com o bolão, o que demonstraria que ele não estava participando daquela aposta.

Mais uma derrota

Robson recorreu da decisão e acabou sendo derrotado novamente nesta sexta-feira (22). A juíza Aline Martins Stoianov voltou a afirmar que a planilha apresentada não prova que ele fazia parte do bolão. “O que se verifica neste momento é a completa ausência da probabilidade de direito.”

Nas próximas semanas, deve ser agendada uma audiência de conciliação entre o empresário e o responsável pelo bolão milionário. Caso o empresário perca o processo ou o administrador do bolão prove que não é responsável pelo suposto prejuízo, o empresário pode ser condenado a pagar mais de R$ 30 mil em honorários.

Relembre o caso

O empresário Robson Martins Rodrigues, de 38 anos, participa do grupo de Whatsapp do bolão, organizado por um capitão da Polícia Militar (PM), que faturou R$ 22 milhões no concurso 6243 da Quina, sorteado no dia 16 de setembro. No entanto, “Robson Toroba”, como é conhecido, não entrou no rateio das 40 cotas da aposta premiada, porque estava com saldo negativo. Inconformado, o empresário entrou na Justiça para receber cerca R$ 500 mil a que considera ter direito.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.