Os permissionários dos ônibus suplementares de Belo Horizonte, conhecidos como “amarelinhos”,
O impasse foi assunto de uma reunião na Câmara Municipal nessa quarta-feira (30), quando o presidente do Sindicato dos Permissionários Autônomos (Sindipautras), Júlio César Guimarães, pediu para que os custos fossem reavaliados pela BHTrans e a categoria recebesse um repasse maior da Prefeitura de Belo Horizonte.
“Infelizmente, está ficando inviável operar porque foi decotado 4.452 viagens. Como foi provado aqui nessa audiência, as viagens foram realizadas. Nossa reclamação é o não pagamento da remuneração complementar por km produzido na sua totalidade. Nesse quarto decêndio, A Sumob só validou 46% das viagens realizadas pelo transporte suplementar”.
Ainda assim, Júlio César dispensa organizar uma paralisação dos ônibus suplementares. Segundo ele, caso a categoria não chegue a um acordo com a PBH, eles pretendem entrar na Justiça.
“Nós não pretendemos fazer paralisação e, com isso, prejudicar nossos usuários. Nós pretendemos, se não resolvido com a PBH no diálogo, buscar nossos direitos na Justiça. Esperamos que a PBH reconheça nosso valor e nos remunere adequadamente todas as viagens realizadas”.
A preocupação, agora, é que caso não haja um repasse maior, alguns ônibus fiquem na garagem e haja diminuição do número de viagens ofertadas ou até mesmo do número de linhas até o fim do ano.
Posicionamento da Prefeitura de Belo Horizonte
Em uma participação virtual na reunião da Câmara Municipal de Belo Horizonte, o secretário de Mobilidade Urbana, André Dantas, admitiu que o sistema passa por um processo de reformulações e que o repasse é feito com base nos relatórios de GPS que chegam à prefeitura. Contudo, ele garante que os valores estão sendo revisados.
“Houve um pedido expresso, que o resultado foi uma reunião para que fossem revisados os custos e foram avaliados os custos em várias áreas, inclusive do suplementar, nós reavaliamos à luz das evidências que foram apresentadas. Houve um cálculo que está definido na IT-012 que é a nossa base, está disponível no site da Sumob, em que nós mostramos tudo que foi computado e tudo que foi considerado. Há questionamentos por parte do suplementar, assim como do convencional, que não aceitou determinadas definições com base nas evidências que nos foram apresentadas. Já oficiamos, nós já mandamos, já pedimos e esperamos todo o conjunto de novas evidências para revisarmos esse cálculo”, disse ele durante a reunião”.
A Itatiaia solicitou, também, uma nota oficial da Prefeitura de Belo Horizonte e da BHTrans sobre o imbróglio, mas foi informada de que o secretário de Mobilidade Urbana já havia se posicionado na reunião da Câmara.