Um lojista do Mercado Mineiro de Arte e Artesanato, no Centro de Belo Horizonte, confirmou à Itatiaia que
O empresário, que prefere não ser identificado, deixou claro que os expositores que atuam no local vivem uma rotina de medo desde maio, quando a equipe de segurança do shopping popular foi trocada por agentes armados. Dois deles foram conduzidos pela Polícia Civil na semana passada após descobrirem que eram guardas municipais trabalhando como vigilantes.
“De maio para cá, a empresa demitiu os seguranças uniformizados e colocou cinco ou seis caras armados que não sabemos quem são. Não vieram falar com a gente sobre isso. Os lojistas estão oprimidos, são forçados a sair do espaço. Os poucos que restaram foram ameaçados.”
O número de lojistas girava entre 40 e 50. Atualmente, são 12, sendo que dois teriam abandonado as lojas na última semana. Há cerca de 8 semanas, o Instagram do Mercado Mineiro não é atualizado. Mesmo a última postagem já mostra o local com lojas fechadas.
Durante a conversa, o lojista deixou claro que sentia medo de permanecer no local, mas confessou que mantinha a loja aberta por necessidade de sobreviver.
“Eu tenho medo de falar sobre o assunto, de acontecer algo comigo. A gente está lá para trabalhar, tinha uma promessa de que a gente ficaria muito tempo no espaço. As lojas estavam fluindo, dando certo. A gente gastou, pagou aluguel e condomínio adiantado. Eu gastei R$ 50 mil pra montar minha loja.”
Denúncia contra o Mercado Mineiro
Lojistas do Mercado Mineiro de Arte e Artesanato, localizado na avenida Oiapoque, no Centro de Belo Horizonte,
A denúncia foi confirmada pelo ex-curador e ex-administrador do local, Paulo Favaretto. Expositor com quase 40 anos de Feira Hippie, ele e a família trabalhavam no local desde 2022, mas foram desligados pelos donos do imóvel. Segundo ele, a valorização que o local teve com a revitalização do espaço atraiu o interesse dos empresários, mas a situação pode deixar dezenas de empresários em dificuldade financeira.
De quem é o Mercado Mineiro?
O imóvel é de propriedade da BHC, uma empresa do Grupo Funchal, que é administrada por descendentes de
Posicionamento
Em nota, a Polícia Civil confirmou que instaurou um inquérito para apurar as denúncias.
A Itatiaia não encontrou nenhuma informação sobre a BHC. A reportagem entrou em contato com o Grupo Funchal, suposto dono da BHC, pelos telefones e e-mail disponíveis na internet. Um representante da empresa nos disse que ainda vai se posicionar, mas de imediato informou que “o Grupo Funchal não tem relação com o imóvel em questão, que é da BHC”. O espaço segue aberto.
Já em relação aos dois guardas municipais denunciados por extorsão, a Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) informou que os agentes estavam de folga e portavam armas pessoais. A Corregedoria da GCM instaurou um procedimento disciplinar para investigar a conduta dos agentes. Eles foram ouvidos pela Polícia Civil e liberados.