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Motorista lamenta morte de estudante após atropelamento de cachorro na Grande BH: ‘covardia’

Amigo diz que ‘anjo Gabriel’ salvou sua vida e acredita que suspeito queria ‘executar’ os dois jovens; acusado pelo crime disse que iria se entregar, mas é considerado foragido

Gabriel tinha 26 anos e foi morto a tiros

O motorista do carro que atropelou um cachorro na noite do último domingo (6) em Ribeirão das Neves, na Grande BH, e viu o amigo ser morto a tiros por um motociclista momentos depois do acidente lamentou a morte do estudante Gabriel Ângelo Oliveira Araújo, de 26 anos. O homem suspeito de cometer o assassinato é considerado foragido.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, o motorista, que prefere não se identificar, afirma que não estava em alta velocidade, mas acabou atingindo o cachorro que atravessava a rua. Ele conta que fez questão de pedir para o passageiro olhar para trás para ver se o animal tinha se machucado. Segundo o motorista, o cachorro saiu correndo logo depois, não aparentando estar machucado.

Após o acidente, Gabriel e o motorista chegam em casa, e o amigo decide pegar uma presilha para amarrar o para-choque, que ficou danificado no impacto. O motorista conta que eles foram surpreendidos pelo suspeito nesse momento.

“Ele estava abaixando pra colocar a presilha quando o motoqueiro chega e pergunta se eu atropelei o cachorro. Eu estava de cabeça abaixada. Nessa hora o cara começa a efetuar os disparos. Eu até demoro a reagir porque eu não tomo ciência do que está acontecendo. Eu corro e o Gabriel corre atrás de mim, nessa hora que ele é alvejado. Eu falo que é o anjo Gabriel, porque ele salvou a minha vida. O cara estava atirando na minha direção.”

Morte do estudante

Gabriel e o motorista correram para dentro de casa. O estudante teria falado “fui atingido” antes de cair e fechar os olhos. Emocionado, o condutor fala sobre Gabriel e diz que o amigo vai fazer falta na vida dele e dos familiares.

“Ele era um menino do bem, calmo, tranquilo, trabalhador. Um cara que buscava Deus, participava da novena, estava atrás de um sonho. Ele viveu a dor do luto há pouco tempo, porque perdeu o pai recentemente. Ele era um menino especial que perdeu a vida por causa de um monstro desses.”

Por fim, o motorista pede que o suspeito, que está foragido, seja localizado e preso. Ele afirma que a dor é muito grande, mas que vai buscar justiça pela morte do filho.

“Um cara desses não pode estar na rua. Ele é uma pessoa fria. Não veio aqui para conversar, veio para matar. Se não fossem os vizinhos chegando na rua, ele ia entrar e executar a gente. É um cara extremamente perigoso que não pode estar no meio da gente, na rua.”

Relembre o caso

O estudante de turismo Gabriel Ângelo Oliveira Araújo, 26 anos, foi morto com vários tiros à queima roupa na noite de domingo (6), no bairro São Pedro, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo familiares, ele passou o dia em uma cavalgada com a família e voltava para casa junto com um primo, uma tia e um amigo.

Segundo versão de uma das testemunhas, em determinado momento, quando eles já se aproximavam da casa da tia, um cachorro passou na frente do veículo e acabou sendo atropelado. A testemunha disse que o animal saiu correndo mancando.

Pouco tempo depois, o amigo de Gabriel estacionou na rua Maria da Conceição Ferreira e desceu para verificar a frente do veículo. Foi então que o motociclista, que vestia roupas escuras e capacete branco, se aproximou do carro e perguntou qual dos dois jovens tinha atropelado o cão.

Antes da resposta, o criminoso atirou e acertou Gabriel. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do crime. O jovem foi socorrido para o Hospital São Judas Tadeu em Neves e morreu ao dar entrada no bloco cirúrgico. O suspeito está foragido.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.