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Investigação contra padre suspeito de pedofilia em Minas e São Paulo está em ‘fase final’, diz polícia

Frei fundador de projeto social é investigado por crimes sexuais e foi flagrado com imagens de menores no próprio celular; suspeito foi preso em SP, mas acabou sendo solto duas semanas depois

Suspeito foi preso durante operação da PCMG no dia 4 de maio, mas foi solto duas semanas depois

A investigação contra o frei Elvécio de Jesus Carrara, suspeito de pedofilia contra menores de idade em Minas Gerais e São Paulo, está próxima de terminar. A informação foi confirmada pela Polícia Civil mineira à Itatiaia.

A investigação começou no fim de março, após a primeira denúncia ser feita de forma oficial. De acordo com o órgão, o inquérito está em “fase final de conclusão”. Conforme revelado pela Itatiaia, o frei católico está solto desde o dia 17 de maio, quando foi beneficiado com a concessão de liberdade provisória por parte do Poder Judiciário.

O frei também é investigado em São Paulo, já que, durante a operação da Polícia Civil mineira, ele acabou sendo preso após ser flagrado com imagens pornográficas de menores de idade no próprio celular. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil paulista que, até o momento, não comentou o assunto. Também entramos em contato com os advogados que representam o suspeito e aguarda retorno.

Relembre o caso

Elvécio de Jesus Carrara foi preso no dia 3 de maio na sua casa, em São Paulo (SP), durante a Operação Falso Profeta, da Polícia Civil de Minas Gerais. Durante a operação, foram encontradas imagens sexuais de menores de idade em seu celular e, por isso, ele foi preso em flagrante produzir e armazenar material pornográfico de menores de idade.

O frei é investigado por crimes como exploração sexual e estupro de vulnerável que teriam sido cometidos em São João del-Rei e em São Paulo. De acordo com a investigação, o religioso mantinha um projeto social para jovens em situação de vulnerabilidade na capital paulista e na cidade histórica mineira. Ele aproveitaria o local para abordar possíveis vítimas, chegando a ampliar o projeto por conta própria sem o apoio ou autorização da Igreja.

O projeto trazia jovens em situação de vulnerabilidade de Goiás para Minas Gerais sob a justificativa de que “ficariam sob os cuidados do projeto social”. Alguns desses adolescentes inclusive moravam nas dependências do projeto, que atendia até 300 crianças.

De acordo com os investigadores da Polícia Civil de Minas Gerais, o frei oferecia dinheiro para que os jovens do projeto em São João del-Rei o visitassem em São Paulo. Foi encontrada uma “ tabela de gratificação” no celular de uma vítima, em que cada atitude dos menores de idade era recompensada com valores em dinheiro.

A defesa do frei chegou a entrar com um pedido de habeas corpus, mas desistiu após a Justiça paulista revogar a prisão preventiva dele. Logo após a informação ser revelada pela Itatiaia, os advogados entraram com um pedido para que todas as movimentações e detalhes do caso fossem colocados em sigilo. O pedido foi aceito pelo Poder Judiciário.

Afastado da igreja

O frei já estava afastado das atividades da Igreja um mês antes de ser preso. Ele também estava proibido de ter contato com crianças e adolescentes desde o início de março, de acordo com a Ordem dos Pregadores “Província Frei Bartolomeu de Las Casas”. Já o projeto Nac Tales, fundado por ele, continua funcionando normalmente desde então.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.